O vereador Santiago de Lucas Ângelo (PSC) admitiu, nesta segunda-feira, 4, pela primeira vez, que adquiriu empréstimo consignado, quando ainda ocupava a função de secretário de Governo, na Prefeitura de Ourinhos, (Confira o vídeo no Facebook Clique aqui). De acordo com o vereador, o empréstimo teria sido de uma alta quantia, em torno de R$ 100.000,00 (Cem mil reais) e concedido pela instituição bancária Bradesco.
Santiago garantiu que o empréstimo foi algo pessoal e não envolve dinheiro público. Ele teria consultado o banco, que teria sugerido o empréstimo consignado ao seu salário na Prefeitura, pois ele teria vantagens, com juros baixos.
“Os empréstimos é uma coisa pessoal de cada um, não é dinheiro público. No meu caso eu não me manifestei algum tempo atrás, até porque o problema que eu tive aqui com banco, eu tinha uma pendência lá de 2015. O Bradesco comprou o banco HSBC e eu tinha um empréstimo lá em 2015 e tinha parado de pagar. Quando o Bradesco comprou o HSBC, o Bradesco me executou judicialmente e estive lá no fórum para fazer a negociação. Já tinha procurado o banco para tentar fazer um parcelamento condizente com a realidade, que eu pudesse também pagar, mas não deu certo. Mas, depois da execução, o gerente do banco esteve comigo e disse: - Santiago, por que você não pega e parcela essa dívida que você tem? Eu consigo, através do banco, fazer para você, em 96 vezes, porque é débito antigo seu. Eu disse: Dá pra fazer? Ele disse - dá, e conseguimos até colocar na sua folha de pagamento, pra você ter uma taxa menor de jurus a ser paga. Então na realidade foi isso que foi feito, nada mais. Venho pagando. Agora tem essa transação para cá, tô fazendo um acordo novamente com banco para manter em dia estes pagamentos”, disse e vereador, que falou do valor emprestado.
Era bastante, não era pouco. Era pouco quando peguei, mas como são quatro anos, imagina o valor que estava. O contrato se não me engano era de R$100.000,00 (Cem mil reais), destacou.
Sobre o envolvimento de mais pessoas e supostas falsificações de documentos para obtenção dos empréstimos, Santiago disse não ter conhecimento, mas que o prefeito Lucas Pocay, já abriu uma investigação para apurar e até mesmo exonerou dois funcionários do RH da Prefeitura de Ourinhos.
Saiba mais: Escândalo envolve cargos comissionados (Clique aqui) e Éder Mota é exonerado (Clique aqui)
“Não se tem nada de concreto ainda. Mas o prefeito vai apurar. Quero tranquilizar a população que em nenhum momento fiz qualquer desvio de dinheiro público. E estou sempre à disposição aqui no meu gabinete na Câmara Municipal de Ourinhos, finalizou Santiago.
Santiago e o vereador Éder Mota, ambos do mesmo partido (PSC), são alvos de representações feitas pelos munícipes: Leandro Bulqui e Elizete Aparecida da Silva, que pedem o afastamento dos vereadores por supostamente terem quebrado o decoro parlamentar.
Os documentos foram protocolados tanto na Câmara Municipal de Ourinhos, como também na Promotoria do Patrimônio Público (Confira abaixo as imagens). O Passando a Régua falou com os dois munícipes que denunciaram os vereadores:
"O que nós protocolamos aqui hoje é que o Legislativo venha apurar uma possível quebra de decoro parlamentar. O que nós vimos ali foi isso. O prefeito exonerou ele (Santiago) o Eder Mota e eles voltam para Câmara como se nada tivesse acontecido. Mas acho que essa Casa de Leis tem que tomar uma postura. Já que se falam muito em ética, não deixar passar. Uma vez que o prefeito exonerou os dois dos cargos, é porque houve uma prática criminosa", destacou Elizete.
"Há supostos e fortes indícios de falsificação de documentos. E também há relatos de que alguns destes que emprestaram o dinheiro com estas instituições financeiras, correram e quitaram os seus financiamentos. Mas se há falsificação de documentos e se há mais de três ou quatro, dizem que tem dezenas de envolvidos. Então eu acredito que há um estelionato, há uma formação de quadrilha, há uma falsificação de documentos, há um esquema, que foi arquitetado dentro da Prefeitura municipal, seja dinheiro público, seja do conhecimento do prefeito ou não, o esquema foi arquitetado de dentro da prefeitura municipal, se passando por funcionários de carreira, sendo que não o são. Para conseguir juros mais em conta, um prazo mais extenso, não sei ao certo. Cabe a justiça investigar e punir aqueles estão devendo. Cabe ele (Santiago) provar, que não deve. Se existe documentos que comprovem. Eu até torço para que ele não deva, para não ficar ainda mais vergonhoso para Câmara, que é chamada de casa dos parabéns", falou Bulqui.
O vereador Éder Moto ainda não se manifestou sobre o assunto com o Passando a Régua.
O site fica aberto, tanto para manifestação da Prefeitura de Ourinhos, como da instituição bancária citada.