Ângelo Marcos dos Santos Nogueira, de 40 anos, que foi atropelado pelo padre, após furtar a secretaria paroquial da Igreja São Sebastião, em Santa Cruz do Rio Pardo (SP) e estava internado em estado grave na Santa Casa de Misericórdia da cidade foi nesta sexta-feira, 13, transferido para a Santa Casa de Ourinhos (SP) e segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A informação foi confirmada por familiares que disseram que o “Anjinho”, com é conhecido foi submetido a uma cirurgia no fêmur e os médicos tentarão a sua extubação. Mas o seu caso é considerado grave.
Já a defesa do padre, que é investigado, alegou que ele poderá ser encontrado no endereço enviado à Polícia Civil na quarta-feira, 18, da próxima semana, em São Paulo (SP).
Segundo a defesa, a certidão com o endereço indicado foi enviada há pouco mais de 48 horas e, por isso, o frei Gustavo Trindade dos Santos, de 37 anos, precisa de mais tempo para efetivar o deslocamento.
"Não é uma simples viagem a passeio, mas, sim, uma mudança por tempo indeterminado", disse a defesa.
De acordo com o novo pedido do delegado Valdir Alves de Oliveira para a prisão preventiva, o frei estaria dificultando as investigações. No documento, o delegado afirma que o padre informou um novo endereço em São Paulo e os policiais se prontificaram em ouvi-lo. No entanto, ele ainda não se encontrava nesse novo local.
"O investigado turba a investigação, fazendo a equipe policial se deslocar para outra cidade a seu pedido, enquanto fornece endereço nos autos, onde essa autoridade policial se prontificou a notificá-lo e ouvi-lo em São Paulo (já que o mesmo divulga notas de que está à disposição para esclarecimentos), mas onde o seu defensor informou que ele ainda não pode ser encontrado no local", diz o delegado no pedido encaminhado à Justiça.
A defesa do frei solicitou que o processo fosse colocado em segredo de Justiça. No entanto, o Ministério Público recomendou o indeferimento desse pedido com base no princípio da publicidade dos atos processuais.
No pedido, os advogados de Gustavo, César Augusto Moreira e Rafael Rosário Ponce, alegam que já foi determinada a quebra do sigilo telefônico do religioso e que, diante do apelo midiático do caso, a decretação do segredo de Justiça seria para preservar "a intimidade do investigado nos limites do que interessa ao elucidar dos fatos", dizem no documento.
Tanto o pedido de prisão quanto o de colocar o processo em segredo de Justiça serão analisados pelo juiz da Vara Criminal do Fórum de Santa Cruz do Rio Pardo.