João Neto: A Chave do Portão

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Meu irmão Paulo, mais conhecido por Paulão Loko, certa vez, lá pelas duas da manhã, após generosas doses de Oncinha no Bar Maraba, já trançando as pernas, decidiu encerrar a madrugada na "zona do meretrício", na rua 60.

Como estava com pouco dinheiro, sem condições de pagar uma charrete (mais conhecida como "balaio de puta") para levá-lo ao local, teve que encarar o trajeto a pé mesmo.

Ah, algumas dessas charretes faziam o turno da noite, para atender a demanda que era intensa na época, a cavalada batia os cascos dia e noite na Antônio Prado, era um sobe e desce sem fim... Era o mototáxi da época. 

Pois bem, todo ourinhense sabe que, pra chegar na zona tinha que, necessariamente, passar em frente ao cemitério, porém, Paulão, que se autointitulava corajoso, encarou o trajeto assim mesmo.

Foto: Google Maps

Consta que, ao passar na frente do portão do cemitério, um sujeito de terno preto o aborda e pergunta:

- Você sabe onde mora o cara que tem a chave do portão do cemitério?

Com a voz embriagada o Paulão respondeu questionando:

- Não sei, mas você tá maluco? O que você vai querer aí dentro quase 3 horas da manhã?

Respondeu o sujeito:

- Eu moro aqui, saí pra visitar um amigo, acabei perdendo a hora.

O que sabemos é que o Paulão saiu em disparada e em 5 minutos estava em casa, no alto da Rua Brasil, tremendo mais que vara verde.

Por um bom tempo o Paulão parou de beber, retornou com a bebida tempos depois, mas aumentou a quantidade, pra tirar os atrasados!

Foto: Imagem Thaffner Barra

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