Apesar do sol bonito o dia estava fresco, desmentindo o verão, eu já havia engraxado três pares de sapatos... Resolvi voltar pra casa pela Antônio Prado.
Comprei um salgado do pipoqueiro parado em frente à CTO - Companhia Telefônica de Ourinhos, do lado da Livraria Thomé... Segui até a esquina, do antigo prédio do Bradesco, onde ganhei um "bom dia" do bilheteiro Waldemar, acomodado em sua cadeira de rodas.
Dobrei a esquina e dei uma espiada na vitrine da Loja Baby - o engraxate fixo do Hotel Comercial me acenou do outro lado da rua.
Foto: Marconi Dias
Continuei descendo e observando o movimento: Drogasil, Casa Matachana, a banca de revistas do Sr. Nelson Ribeiro de Carvalho. Odair José cantava "Cadê Você" a todos pulmões, numa lojinha de discos ao lado.
Antes de atravessar a linha tive que esperar, a cancela fechou e uma composição com trinta e tantos vagões travou tudo, senti que a noite iria chover.
Foto: Arquivo Pessoal
O garapeiro, ao lado do Bar Marabá, estava fechando sua barraca... Fiquei com fome quando senti o cheiro de frituras do Bar Marabá, cheiro que foi quebrado pelos incensos aromáticos do Bazar do Pedrinho.
Quando arrisquei atravessar a Jacinto Sá, o relincho do cavalo, de uma das charretes alinhadas na rua, me assustou, instante que acordei assustado.
Hoje (ontem), é quinta-feira, 08 de fevereiro de 2024, meu sonho me transportou para um janeiro 1972.
Será que é saudade?
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