Foi protocolado, nesta segunda-feira, 24, na Câmara de vereadores de Marília (90 km de Ourinhos), um pedido para abertura de Comissão Processante (CP) contra a vereadora Daniela D’Avila (PL) (Professora Daniela), por uma suposta quebra de decoro praticada pela política. A vereadora ficou conhecida nacionalmente, após uma suposta “carteirada” dada junto ao comando da Polícia Militar, para tentar escapar de uma ocorrência de trânsito e não ter o veículo, que era dirigido pela filha, apreendido (clique aqui e relembre a história completa).
O Comando do Policiamento do Interior da região de Bauru (CPI-4), ao qual é subordinado o Batalhão de Marília (SP), instaurou um inquérito, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), para investigar a conduta de uma tenente-coronel e de um policial militar envolvidos em uma polêmica na cidade nesta semana.
O pedido de CP foi feito pelo advogado Marcos Rogério Manteiga por uma suposta quebra de decoro praticada pela política.
Manteiga não é morador de Marília, mas ajudou a divulgar a polêmica recente envolvendo Daniela e o comando da Polícia Militar em Marília. Ele conversou com o site Marília Notícia e disse que o pedido de cassação do mandato da vereadora Daniela “se dá como cidadão, antes de mais nada. Uma pessoa com um cargo eletivo tem que representar a voz do povo. E não é a voz do povo o tráfico de influência para se beneficiar”, disse.
O sargento Alan Fabrício foi afastado da Companhia de Trânsito da PM, onde atuava, para outras funções de policiamento após apreender um carro de propriedade da vereadora. O veículo foi guinchando no início da madrugada do último dia 16 de agosto.
Texto do documento afirma que a vereadora ligou para a tenente-coronel Márcia Cristal, comandante do 9º Batalhão da Polícia Miliar do Interior (BPM/I), “pedindo para interceder junto ao policial que estava apreendendo o veículo de sua filha, de modo que o mesmo fosse de pronto liberado – pasme: sem pagar o licenciamento do veículo e com os pneus carecas”.
O documento enviado à Câmara Municipal diz que “uma representante do povo, que, em tese, utilizou-se da sua condição de vereadora, para praticar ato de tráfico de influência quebrando o decoro parlamentar, solicitando favor ilegal e imoral a uma servidora pública, que esta última veio praticar, em tese, advocacia administrativa, coação, ameaças, e abuso de poder sobre o policial militar”.
O advogado completa dizendo que o “caso ganhou repercussão midiática, denegrindo a imagem da Câmara Municipal de Marília, da Policia Militar do Estado de São Paulo e do bom nome da cidade”.
Além da apuração de eventual quebra de decoro, o advogado solicita que a vereadora Daniela seja afastada de cargos junto à mesa diretora por questões éticas e, caso a investigação constate as irregularidades, que ela seja cassada.
Presidência da Câmara
Em nota, o presidente da Câmara de Marília, Marcos Rezende (PSD), disse que “o Poder Legislativo recebeu pedido de instauração para apuração de quebra de decoro em circunstância que envolve a vereadora Professora Daniela (PL) e que o referido pedido foi encaminhado para a Procuradoria Jurídica da Câmara Municipal”.
“O documento passará pelo crivo da análise da Procuradoria e, caso estiver dentro das formalidades, será colocado na pauta de votação da próxima Sessão Ordinária”, finaliza o comunicado.
Defesa de Daniela
A vereadora Sílvia Daniela D’Avila Alves, Professora Daniela, divulgou na noite de quinta (21) uma nota pessoal em que fala sobre o caso e um laudo de uma empresa de pneus da cidade com informação de que os pneus não estavam irregulares.
“Com relação ao remanejamento de um setor para o outro, realizado pelo 9º Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPMI) de um policial militar que exercia atividades na fiscalização do trânsito urbano, a vereadora Professora Daniela (PL) esclarece que: em nenhum momento seu telefonema para a comandante tenente-coronel Márcia Crystal teve o objetivo de praticar tráfico de influência, apenas se tratou de uma solicitação de esclarecimento a respeito da possibilidade de apreensão apenas do documento e não do veículo, também não houve nenhuma indagação para que o referido militar fosse punido ao exercer suas funções; comunica que ficou muito preocupada com a filha, uma vez que não se encontrava no local do acontecido e que os pneus não estavam ‘carecas’, conforme comprovado em laudo (anexo). Afirma que concorda com os procedimentos determinados pela legislação de trânsito e que a decisão pelo remanejamento acredita que trata-se de uma medida administrativa interna e exclusiva do Comando da Polícia Militar, alheia ao exercício do mandato de vereadora da Câmara Municipal de Marília.”
Com informações do site Marília Notícia





