Filha cobra mais humanização no atendimento do pai que está internado na UPA de Ourinhos com Covid-19

Família pede para que ele seja transferido ou para a Santa Casa, ou para o hospital de campanha. Homem de 57 anos está com muita falta de ar.
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Enquanto a Prefeitura de Ourinhos não transfere o atendimento de pacientes com a Covid-19 da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) para o hospital de campanha “Covid-19”, diariamente familiares relatam o drama, do “complicado” atendimento na UPA de Ourinhos, nos últimos dias. Nesta terça-feira, 20, recebemos a ligação da filha do pedreiro Rubens Prado Júnior, de 57 anos, que mora no Parque Minas Gerais e está desde o último sábado, 17, internado na UPA, com comprometimento nos pulmões e muita falta de ar. (confira o áudio acima)

De acordo com Debora Silva Prado, o pai divide um quarto com outras pessoas, incluindo mulheres. Desde sábado, 17, ele não teria tomado um banho e tem que fazer suas necessidades fisiológicas usando uma “comadre”, um recipiente de alumínio, para despejar a urina em um reservatório móvel, embaixo das cobertas, para que as mulheres no quarto não o vejam. Diante do constrangimento, o homem não estaria se alimentando. Por estas e outras, a família pede para que Rubens seja transferido para o hospital de campanha, ou para a Santa Casa de Misericórdia de Ourinhos, onde acreditam ter um tratamento com o mínimo de humanização.

O Passando a Régua entrou em contato com a UPA, porém não obteve nenhuma resposta da direção com relação as reclamações. Uma atendente nos informou que os pacientes com a Covid estão em uma ala isolada e que os familiares não estão autorizados a entrarem no local e que estão sendo informados por dois boletins diários, um pela manhã, às 10h e outro à noite, às 22h. Segundo a atendente a direção estava em reunião, por isso não poderia nos atender.

Com relação a mudança de local de atendimento da UPA, para o hospital de campanha, a Prefeitura não se manifestou sobre o assunto. A mudança estava prevista para a quinta-feira, 15, na semana passada, porém até agora nada.

Observação

O hospital de campanha tem a disponibilidade de 50 leitos de enfermaria, mas nunca estão com todos os leitos ocupados. No boletim desta segunda-feira, 19, a Prefeitura informou que apenas 29 pacientes estavam no local, ou seja, pelo menos 21 leitos estavam ociosos. A população precisa ter mais informações e estas dúvidas precisam ser sanadas.

O hospital de campanha está consumindo mais de R$1 milhão por mês? Por que então não ocupa todas as vagas? Até quando as pessoas vão continuar sendo humilhadas na UPA de Ourinhos?