Nesta quinta-feira, 22 de fevereiro, no Fórum de Ourinhos (SP), o açougueiro Hudson de Paula Lima, 49 anos, recebeu uma sentença de 17 anos de prisão em regime inicial fechado, proferida pela juíza Dra. Raquel Grellet Pereira. O veredicto foi resultado de um caso de homicídio em que Hudson foi considerado culpado por atingir Adolfo Guilherme Mingroni Alves, então com 27 anos, com dois disparos de revólver calibre 38, um no crânio e outro nas costas. O crime aconteceu em 2019 – clique e relembre.
No dia 29 de agosto de 2019, após uma briga de trânsito, onde Adolfo teria "fechado" o açougueiro e sua esposa em uma rua próxima ao local do crime. O réu estava de moto, com sua esposa na garupa, enquanto a vítima dirigia um carro utilitário. As alegações do Ministério Público, aceitas pelos jurados, afirmaram que Hudson, após deixar sua esposa em casa, perseguiu a vítima por vários metros antes de realizar os disparos.

Adolfo Guilherme Mingroni Alves, vulgo “Casquinha”, 27 anos, morreu com dois tiros (Foto: Arquivo Pessoal)
Durante os debates na sessão do júri, o promotor Dr. Marcos Vargas Fogaça descreveu o réu como uma pessoa violenta, ressaltando sua perseguição armada à vítima após o incidente de trânsito. Por outro lado, a defesa, representada pela Dra. Amanda Cristina Rossigalli, argumentou que o crime não teria sido cometido por motivo fútil, alegando que a vítima ameaçou Hudson e sua esposa antes do ocorrido.
Em 2019 o delegado titular da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), Dr. João Ildes Beffa, confirmou que Hudson confessou o crime e detalhou a briga de trânsito. Relembre no vídeo abaixo.
Além disso, dentro do veículo da vítima, foram encontradas porções de entorpecentes e uma balança de precisão, levantando a hipótese inicial de relação do crime com o tráfico de drogas, que não foi corroborada pelas investigações.
Hudson foi condenado a 16 anos de prisão pelo homicídio e a 1 ano pela posse de arma de fogo sem registro. Ele permanecerá preso durante o recurso, pois já estava detido por outro crime. A sessão do Tribunal do Júri teve duração aproximada de 8 horas e terminou por volta das 22h. As informações foram divulgadas pelo jornalista Alexandre Mansinho, no site Negocião.
Relembre o crime, na versão do BO no dia crime
De acordo com o Boletim de Ocorrência, “Casquinha” estava no seu veículo, uma caminhonete VW/Saveiro, verde, com placas de Assis (SP), e ainda Rua Brasil, próximo ao nº 113, dois indivíduos em uma motocicleta teria efetuado um disparo de arma de fogo, a vítima então teria tentado fugir e já rua Pará, 119, foram efetuados mais dois disparos, que ai sim teriam atingido a cabeça e as costas de Adolfo, que não resistiu e morreu, antes mesmo da chegada do socorro médico.
A caminhonete ainda colidiu contra a traseira de um VW/Fox, prata, que estava devidamente estacionado na Rua Pará, com o seu condutor dentro do carro, que relatou que ouviu um barulho de disparo de arma de fogo e logo em seguida sentiu o impacto na traseira de seu veículo. O condutor do VW/Fox, ainda afirmou não perceber nenhum outro veículo ou motocicleta passar pelo local após os disparos.
Uma mulher, vizinha do local dos fatos, afirmou que estava do lado de fora de sua residência quando escutou dois estampidos que pensou que fossem “bombinhas” e logo em seguida viu o veículo VW/Saveiro, da vítima bater na traseira do VW/Fox, que estava estacionado. Indagada, também disse que não viu nenhum outro veículo ou motocicleta passar pelo local após os disparos.
Na caminhonete de “Casquinha”, os policiais encontraram os seus documentos pessoais, cinco porções de cocaína e uma de haxixe, aparelho celular, uma mini balança digital, e outros apetrechos para uso de drogas (dichavador, piteira e papel) que foram apreendidos. Ainda no veículo da vítima, os policiais encontraram dinheiro (R$106,00), pequena porção de fumo para narguilé, e outros objetos que foram entregues aos familiares. De acordo com o irmão da vítima, Amadeu, Adolfo era usuário de maconha e cocaína, mas desconhecem qualquer inimizade dele com outra pessoa ou outra motivação que levasse a tal desfecho.
Os policiais ainda encontraram na caminhonete da vítima, um projétil de arma de fogo, que estava caído junto ao trilho de fixação do banco de passageiro dianteiro.

Açougueiro Hudson de Paula Lima confessou o crime (Arquivo Pessoal)





