Acusada de tentar matar mulher por ciúmes do marido vai a júri popular, nesta quinta-feira, 17, em Ourinhos

Vítima sofreu 11 facadas e sobreviveu.
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Nesta quinta-feira, 17 de agosto, está marcado o julgamento no júri popular, no fórum de Ourinhos (SP), de Rayane Marcelina Miguel, uma mulher de 24 anos acusada de tentativa de homicídio qualificado contra Angell Pereira Santana, de 28 anos. O crime ocorreu em 27 de setembro de 2020, nas proximidades de um local conhecido como fumódromo, na Rua Reinaldo Marcante, na Vila Marcante, em Ourinhos (SP).

De acordo com informações obtidas nos autos do processo, a acusada agiu motivada por ciúmes do marido, que teria trocado mensagens com a vítima, que na época tinha 25 anos. Já Rayane, em 2020, tinha 21 anos e mãe de gêmeas de 1 ano. 

O ciúme excessivo levou Rayane a confrontar a vítima de forma agressiva e violenta. Em um local que se acredita ser uma "boca de fumo", onde muitos usuários de drogas frequentam, Rayane atacou Angell com inúmeros golpes de faca, deixando-a gravemente ferida.

O laudo de exame de corpo de delito revelou a presença de onze ferimentos corto-contusos em Angell, distribuídos por várias partes do corpo, incluindo braços, pernas e região dorsal. Embora gravemente ferida, a vítima teve a sorte de não ter sido atingida em órgãos vitais, o que lhe garantiu sobreviver após receber atendimento médico e hospitalar.

A agressora fugiu logo após o ataque, mas três dias depois se entregou à polícia, após um mandado de prisão temporária ser emitido contra ela. As investigações revelaram um cenário macabro no "fumódromo", com o local repleto de entulhos, mato alto e um ambiente frequentado por usuários de drogas. Foi nesse cenário caótico que Rayane aproveitou a surpresa de Angell para desferir os golpes de faca, sem dar chance para a defesa da vítima.

A cena se desdobrou em um tumulto, no qual mais pessoas se envolveram na briga, segundo relatos. Enquanto a acusada insistia nas facadas, Angell tentava se defender com os braços, mas devido a fragilidade causada por um período de falta de alimentação adequada e o consumo anterior de álcool, sua resistência foi em vão.

Angell sobreviveu e declarou à polícia que não estava envolvida com o marido de Rayane, e que o ataque aconteceu de forma inesperada, enquanto ela ainda estava se recuperando do sono, embaixo de uma árvore. O pesadelo só terminou quando ela acordou no hospital (Santa Casa de Ourinhos), sem lembranças do ocorrido após as facadas.

O julgamento de Rayane Marcelina Miguel vai abordar os detalhes desse trágico episódio, a motivação e a versão dos envolvidos. A acusada enfrentará a Justiça sob a denúncia de tentativa de homicídio qualificado, sendo acusada de agir com motivo fútil, com extrema crueldade e dificultando a defesa da vítima.