O homem de 38 anos que foi preso suspeito de matar a garçonete Nilcéia Ferreira, de 39, com golpes de canivete no pescoço em Itatinga (SP) (151 km de Ourinhos), se passou pela vítima nas redes sociais para "justificar" o sumiço dela para a família, de acordo com a Polícia Civil. O homem inventou que ela estava com Covid-19 internada em hospital de Ourinhos.
Segundo o delegado seccional de Botucatu, Lourenço Talamonte Netto, a vítima estava desaparecida desde o dia 9 de maio, Dia das Mães, quando foi morta. No entanto, a família só registrou boletim de ocorrência por desaparecimento na segunda-feira (17).
Após investigação, a garçonete foi encontrada morta na quinta-feira (20) em uma fazenda de Itatinga, depois que Silvio Adão, que já estava preso temporariamente pelo crime, confessou o feminicídio e indicou à polícia o local onde o corpo estava.
“Ela estava desaparecida desde o dia 9 de maio, mas a família fez o BO essa semana com a gente. Inclusive ele postou usando o WhatsApp, o Facebook dela, postou mensagem como se fosse ela, dizendo que ela estaria com Covid”, explicou o delegado ao site G1.
A postagem estava mais de 80 comentários até a tarde desta sexta-feira (21). Nas mensagens, amigos desejavam melhoras à vítima e o próprio Sílvio chegou a comentar a publicação.
"Bom dia a todos. Estou com Covid. Que o senhor nos abençoe, se Deus quiser vai dar tudo certo", postou o suspeito como se fosse a vítima. "Vamos vencer juntos, amor", comentou Sílvio na publicação.
De acordo com o boletim de ocorrência, a irmã de Nilcéia relatou à polícia que mandou mensagem para a vítima no dia do crime, a parabenizando pelo Dia das Mães. No entanto, ela disse que não foi respondida e que, no dia 10, Nilcéia mandou mensagem informando que estava com Covid, internada em um hospital de Ourinhos.

Sílvio Adão ficou preso na cadeia de Itatinga por feminicídio — Foto: Arquivo pessoal
“Mas a família achou estranho porque tinham muitos erros de português nessa mensagem, e ela não costumava escrever. Segundo a família, ela mandava áudio", comenta o delegado.
Ainda de acordo com o depoimento da irmã aos policiais, ela também chegou a entrar em contato com Sílvio, que confirmou que Nilcéia estaria internada, mas que não poderia tirar fotos porque ele também estava hospitalizado.
Conforme o BO, a família disse à polícia que pesquisou o hospital que Sílvio disse que Nilcéia estaria internada, mas não o encontrou. Os parentes ainda aguardaram até o dia 16, quando eles teriam alta e voltariam para casa, mas os dois não apareceram e o BO foi registrado.
Investigação
A partir do boletim de ocorrência por desaparecimento, a Polícia Civil passou a investigar o caso e pediu a prisão temporária de Sílvio, que foi decretada nesta quarta-feira (19).
Em depoimento à polícia, o homem "confessou o crime friamente, sem demonstrar nenhum arrependimento", segundo o delegado, e indicou onde havia escondido o corpo de Nilcéia.
Na quinta-feira (20), a garçonete foi encontrada morta em uma fazenda de Itatinga, em um local a cerca de 850 metros da portaria, em meio à uma plantação e enterrada sob galhos de eucalipto.
De acordo com a Polícia Civil, Nilcéia e Sílvio se conheceram pela internet e estariam se relacionando há algum tempo. O suspeito disse à polícia que matou a vítima porque se envolveu em uma discussão com ela na fazenda, e ela teria o ameaçado com o canivete.
O suspeito segue preso por feminicídio na cadeia de Itatinga, e a vítima foi enterrada nesta sexta-feira (21) em São Manuel.
Com informações do site G1


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