Após repercussão nacional sobre suspeita de fraude de empresa que negocia vacinas com a UMMES, prefeito Marquinho Pinheiro garante que consórcio está tomando todos os cuidados

Confira áudio do presidente da UMMES sobre a negociação. Até terça-feira, 4, serão definidos os próximos passos da negociação.
Compartilhe:

Ganhou repercussão nacional, através de uma matéria publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, neste domingo, 2, a negociação de compra de vacinas contra a Covid-19 realizada pelo consórcio da UMMES (União dos Municípios da Média Sorocabana), que conta com pelo menos 14 municípios da região de Ourinhos e é presidido pelo prefeito de São Pedro do Turvo, Marquinho Pinheiro (PSDB). A UMMES tem uma carta de intenção de compra de 500 mil doses da vacina AstraZeneca e um pré-contrato emitido pela empresa Hilal Grup, no valor de US$ 4,875 milhões (cerca de R$ 27 milhões no câmbio atual). O pré-contrato tem vigência a partir de 16 de abril e cada vacina seria comprada por US$ 9,75 (R$ 54). A negociação foi anunciada de forma oficial no dia 22 de abril, em uma audiência pública no Teatro Municipal “Miguel Cury” (clique e relembre). (Confira o áudio acima com a fala de Marquinho Pinheiro).

Marquinho destacou que a UMMES está tomando todos os cuidados e tem ciência deste risco de fraude, porém nenhum pagamento será efetuado, antes da chegada da vacina e comprovação de eficácia. Marquinho Pinheiro destacou ainda que até a próxima terça-feira 3, deverá ter novidades com relação ao processo de compra. Ele ressalta que a UMMES deverá integrar um consórcio nacional, que também está tentando comprar vacinas. (Confira o áudio acima com a fala de Marquinho Pinheiro)

Porém, a matéria da Folha de S. Paulo assinada pelos jornalistas André Fleury Moraes (Jornal Debate de Santa Cruz do Rio Pardo) e Carolina Vila-Nova, destaca que a UMMES está negociando com uma empresa que é suspeita de fraude. A empresa em questão é a Akers Nanotechnology, que tem sede nos EUA e afirma ter legitimidade para vender vacinas de seis fabricantes - AstraZeneca, Pfizer/BioNtech, Butantan/Sinovac, Moderna, Johnson & Johnson e Gamaleya. E de acordo com a matéria, a empresa americana desta que tem uma parceira no desenvolvimento do imunizante da AstraZeneca, e que, por isso, tem licença oficial para sua comercialização.

Mas a AstraZeneca nega ter quaisquer relações comerciais com empresas privadas ou intermediários na comercialização de vacinas, afirmando que negocia apenas com governos nacionais —no caso do Brasil, 100 milhões contratadas pelo Governo Federal.  E a reportagem da Folha ainda ressalta que foi "confirmada uma fraude em relação à Akers Nanotechnology".

Em nota, a AstraZeneca informou; "Nosso foco atual tem sido em entregar nossos compromissos globais a governos e organizações internacionais de saúde o mais rapidamente possível; deste modo, não existe atualmente o fornecimento, a venda ou a distribuição da vacina pelo setor privado".

"Qualquer pessoa abordada por uma empresa privada que oferece a venda da vacina AstraZeneca contra a Covid-19 deve considerar isso uma tentativa de fraude e recusar a oferta. Qualquer produto que seja oferecido dessa maneira não está autorizado pela AstraZeneca e deve ser considerado uma falsificação e inseguro para os pacientes."

“Todas as ofertas de natureza privada devem ser relatadas às autoridades policiais ou regulatórias de saúde do seu país”, recomenda.

A matéria ainda destaca, um processo movido pela União Europeia por quebra de contrato e atraso na entrega das vacinas. Segundo o bloco europeu, a AstraZeneca entregou apenas 30% das 100 milhões de doses previstas no primeiro trimestre e a Akers aparece como uma das peças centrais do escândalo revelado na semana passada pela TV alemã ZDF em uma reportagem com o título "Febre do ouro em uma pandemia? Negócio suspeito de vacinas".

Pelo esquema, o suposto médico alemão Dr. O se diz intermediário da AstraZeneca para uma venda "silenciosa" de doses de vacina em países como Alemanha, Itália e Eslováquia. A Akers seria seu parceiro nas transações.

“Provavelmente o caso não é fraudulento, mas existem pessoas que realmente têm a vacina em um mercado paralelo", afirmou o procurador

Diante todas essas suspeitas colocadas pela matéria, na última sexta-feira, 30, a UMMES divulgou uma nota assinada por nove prefeitos em que afirmou que o processo de compra "é baseado em credenciais devidamente validadas por órgãos de controle". Confira a nota abaixo(Confira o áudio acima)

Esta matéria tem informações do site da Folha de S. Paulo (clique aqui para acessar a matéria na íntegra)