O arquiteto brasiliense Luiz Perillo, de 35 anos, faleceu nesta terça-feira (30), em São Paulo, uma semana após passar por um dos procedimentos mais complexos da medicina: o transplante multivisceral, que exige a substituição simultânea de múltiplos órgãos. No caso de Luiz, seriam cinco: estômago, pâncreas, fígado, intestino e rim.
Perillo aguardava há quatro anos por um doador compatível. A cirurgia, realizada no dia 23 de setembro pelo Sistema Único de Saúde (SUS), representava sua maior esperança após uma luta marcada por internações prolongadas e complicações severas da saúde.
A cirurgia e a complicação
O procedimento estava planejado para ocorrer em etapas, mas após o primeiro ciclo, Luiz apresentou um quadro infeccioso. Os médicos decidiram interromper o processo para controlar a infecção, porém o arquiteto sofreu uma parada cardíaca. A família comunicou sua morte nas redes sociais, mas não detalhou a causa exata.
Anos de luta contra a doença
Ainda jovem, Luiz foi diagnosticado com trombofilia, condição que provoca a formação de coágulos sanguíneos. A doença comprometeu a veia porta — essencial para o sistema digestivo — e levou seus órgãos à falência.
Desde 2021, viveu mais de dois anos internado de forma ininterrupta, dependente de nutrição parenteral por 13 horas diárias e de três sessões semanais de hemodiálise. Chegou a pesar 34 kg, mas manteve uma rotina de exercícios físicos para preservar a massa muscular e aumentar as chances de resistir à cirurgia. “O exercício físico salvou a vida dele”, contou sua mãe, Jussara Martins, em entrevista anterior.
Um procedimento raro no Brasil
O transplante multivisceral só foi incorporado ao protocolo do SUS em fevereiro deste ano. O avanço abriu a possibilidade para pacientes em estado crítico terem acesso a uma cirurgia que pode custar até dez vezes mais que um transplante convencional.
Atualmente, apenas cinco hospitais no Brasil estão habilitados a realizar o procedimento. Em 2024, o país registrou mais de 30 mil transplantes, mas apenas dois foram multiviscerais.
Mobilização pela doação de órgãos
Enquanto aguardava pelo transplante, Luiz se tornou ativista da causa da doação de órgãos. Pelas redes sociais, buscava conscientizar sobre a importância de declarar a vontade em vida e dialogar com a família — condição essencial para que a doação seja autorizada no Brasil.
Hoje, esse registro pode ser feito no novo RG ou pela Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos (AEDO), disponível no site www.aedo.org.br.
Legado
A trajetória de Luiz Perillo é marcada pela resistência, pela esperança e pela luta em favor da vida. Sua história entra para o seleto grupo de pacientes que tiveram acesso ao transplante multivisceral no país e reforça a urgência da mobilização pela doação de órgãos.
“Depois de tanto tempo de espera, é como um sonho. Eu precisava ser montanha, porque um filho sempre busca força na mãe”, declarou sua mãe no dia da cirurgia. Hoje, o legado de Luiz inspira pacientes e famílias que ainda aguardam uma chance semelhante.
Perillo aguardava há quatro anos por um doador compatível. A cirurgia, realizada no dia 23 de setembro pelo Sistema Único de Saúde (SUS), representava sua maior esperança após uma luta marcada por internações prolongadas e complicações severas da saúde.
A cirurgia e a complicação
O procedimento estava planejado para ocorrer em etapas, mas após o primeiro ciclo, Luiz apresentou um quadro infeccioso. Os médicos decidiram interromper o processo para controlar a infecção, porém o arquiteto sofreu uma parada cardíaca. A família comunicou sua morte nas redes sociais, mas não detalhou a causa exata.
Anos de luta contra a doença
Ainda jovem, Luiz foi diagnosticado com trombofilia, condição que provoca a formação de coágulos sanguíneos. A doença comprometeu a veia porta — essencial para o sistema digestivo — e levou seus órgãos à falência.
Desde 2021, viveu mais de dois anos internado de forma ininterrupta, dependente de nutrição parenteral por 13 horas diárias e de três sessões semanais de hemodiálise. Chegou a pesar 34 kg, mas manteve uma rotina de exercícios físicos para preservar a massa muscular e aumentar as chances de resistir à cirurgia. “O exercício físico salvou a vida dele”, contou sua mãe, Jussara Martins, em entrevista anterior.
Um procedimento raro no Brasil
O transplante multivisceral só foi incorporado ao protocolo do SUS em fevereiro deste ano. O avanço abriu a possibilidade para pacientes em estado crítico terem acesso a uma cirurgia que pode custar até dez vezes mais que um transplante convencional.
Atualmente, apenas cinco hospitais no Brasil estão habilitados a realizar o procedimento. Em 2024, o país registrou mais de 30 mil transplantes, mas apenas dois foram multiviscerais.
Mobilização pela doação de órgãos
Enquanto aguardava pelo transplante, Luiz se tornou ativista da causa da doação de órgãos. Pelas redes sociais, buscava conscientizar sobre a importância de declarar a vontade em vida e dialogar com a família — condição essencial para que a doação seja autorizada no Brasil.
Hoje, esse registro pode ser feito no novo RG ou pela Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos (AEDO), disponível no site www.aedo.org.br.
Legado
A trajetória de Luiz Perillo é marcada pela resistência, pela esperança e pela luta em favor da vida. Sua história entra para o seleto grupo de pacientes que tiveram acesso ao transplante multivisceral no país e reforça a urgência da mobilização pela doação de órgãos.
“Depois de tanto tempo de espera, é como um sonho. Eu precisava ser montanha, porque um filho sempre busca força na mãe”, declarou sua mãe no dia da cirurgia. Hoje, o legado de Luiz inspira pacientes e famílias que ainda aguardam uma chance semelhante.





