Banco Central amplia uso do PIX e cria novas regras para antecipação de recebíveis; fica mais fácil pagar boletos com PIX

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A partir desta segunda-feira (3), entra em vigor uma nova resolução do Banco Central que facilita o pagamento de boletos com o PIX e estabelece normas para aumentar a concorrência no mercado de duplicatas. As mudanças buscam padronizar o uso do PIX como forma de pagamento e permitir que empresas tenham mais opções na antecipação de valores de vendas a prazo.

PIX nos boletos: mais rapidez e conveniência
A principal novidade em relação ao PIX é a sua universalização nos boletos bancários. A nova norma esclarece e padroniza o uso da ferramenta, garantindo que todas as instituições financeiras adotem um formato único. Atualmente, algumas instituições já oferecem a opção de pagamento via PIX, mas ainda de maneira experimental.
Com a mudança, os boletos contarão com um QR Code específico, facilitando o pagamento imediato. Segundo o Banco Central, isso tornará a experiência mais ágil e eficiente, aproveitando a grande aceitação do PIX no mercado.

Boleto dinâmico e maior concorrência na antecipação de recebíveis
A resolução também cria o chamado boleto dinâmico, uma inovação que pode transformar o mercado de antecipação de recebíveis. Hoje, empresas que vendem produtos e serviços por boleto dependem da instituição financeira emissora para antecipar os valores, muitas vezes enfrentando juros elevados e poucas opções de negociação.

Com a nova regra, as duplicatas eletrônicas poderão ser registradas em plataformas supervisionadas pelo Banco Central. Essas plataformas permitirão que as empresas realizem um leilão entre diferentes instituições financeiras, buscando as menores taxas de juros para antecipar seus recebíveis.

"A ideia é que o fornecedor possa simplesmente autorizar diversas instituições a verem suas duplicatas, promovendo uma concorrência saudável que pode reduzir os juros", explica Ricardo Vieira Barroso, chefe de divisão do Banco Central.

Além de beneficiar as empresas com taxas menores, o novo sistema trará mais segurança para os bancos e financeiras. O valor antecipado será repassado diretamente ao credor, reduzindo o risco de inadimplência.

O mercado de antecipação de recebíveis no Brasil é gigantesco, movimentando cerca de R$ 10 trilhões por ano. Apesar da nova regulamentação já estar em vigor, a expectativa do Banco Central é que a plataforma que permitirá esse modelo de concorrência só esteja operacional no segundo semestre de 2026, após aprovação e testes de segurança.