Bombeiros concluem retirada de corpos da tragédia aérea de Vinhedo

Após fim da atuação do Corpo de Bombeiros, área permanece interditada até que Cenipa recolha todo o material que se encontra no terreno da casa; acidente matou 62 pessoas.
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Com a conclusão da retirada dos corpos das 62 vítimas do acidente aéreo em Vinhedo (SP), os próximos passos das equipes no local envolvem o envio dos destroços do avião ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). A remoção dos motores e da cauda da aeronave para uma área acessível foi finalizada, permitindo que a Voepass recolha o material para perícia. O Cenipa prevê a divulgação de um relatório preliminar sobre as causas do acidente em 30 dias. Ourinhense está entre as vítimas – clique aqui.

A tenente do Corpo de Bombeiros, Laís Marcatti, afirmou que o trabalho da corporação se encerrou após a remoção dos motores e da cauda. No domingo (11), o Corpo de Bombeiros informou que as equipes concluíram as operações às 22h45 de sábado, deixando os escombros sob responsabilidade do Cenipa.

Imagens aéreas do local revelam que o impacto deixou um "desenho da aeronave" no quintal de uma residência. A área da cabine permaneceu mais preservada, enquanto a destruição foi maior da metade para a cauda devido ao incêndio. O avião, um ATR-72-500, aparentemente caiu descontrolado e girando, possivelmente por um estol, conforme mostram vídeos gravados no momento do acidente. A análise das caixas-pretas, que já foram enviadas ao Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo (Labdata) do Cenipa, será fundamental para esclarecer as causas.

O terreno amplo e gramado onde o avião caiu facilitou os trabalhos de retirada dos corpos e dos destroços. Equipes especializadas em tragédias, incluindo profissionais que atuaram em desastres anteriores, como as enchentes no Rio Grande do Sul e o terremoto na Turquia, trabalharam nos escombros.

A Polícia Civil instaurou um inquérito na delegacia de Vinhedo para apurar os fatos relacionados ao acidente. O delegado José Antônio Carlos de Souza destacou a importância do compartilhamento de informações entre as instituições envolvidas para amenizar o sofrimento das famílias. A Polícia Federal também participa das investigações, com equipamentos e profissionais especializados, e afirmou que permanecerá em Vinhedo até a conclusão dos trabalhos.

Ainda não se sabe o que causou o acidente, mas especialistas sugerem que a queda em espiral pode indicar um estol, uma perda de sustentação da aeronave. A Voepass inicialmente informou a morte de 61 pessoas, mas o número foi atualizado para 62 na manhã de sábado (10). A aeronave, que decolou às 11h56, começou a perder altitude abruptamente às 13h21, atingindo uma velocidade de queda de 440 km/h até colidir no solo.

"Aeronave que caiu era sensível a gelo", diz CEO da VoePass
O avião modelo ATR 72-500 que caiu em Vinhedo (SP) no início da tarde da sexta-feira (9) era “sensível a gelo”, disse Eduardo Busch, CEO da companhia aérea VoePass durante uma entrevista coletiva concedida em Ribeirão Preto (SP) na noite da sexta-feira.

Segundo Busch, a aeronave, uma das 16 que fazia parte da frota da VoePass, era um modelo sensível a eventuais formações de gelo em suas asas e fuselagem. “Situações climáticas como a da sexta-feira, em que houve a aproximação de uma frente fria, facilitam a formação de gelo”, disse o executivo.