A Câmara de Campos Novos Paulista (SP) iniciou nesta terça-feira, 8, a votação do relatório da Comissão Processante (CP) que pede a cassação do vereador Paulo César Nascimento, conhecido como Paulinho do Bar (Cidadania), suspeito de participação em assalto registrado em setembro do ano passado. Na época em que o crime foi cometido, um homem foi preso em flagrante após a dona de supermercado da cidade ter R$ 55 mil levados pelos criminosos.
De acordo com o site g1, o delegado da Polícia Civil Marcel Ito Okuma, responsável pelo inquérito, disse que a investigação ainda não foi concluída e não pode fornecer detalhes sobre a apuração, mas afirmou que aguarda decisão judicial para a realização de diligências. A partir da prisão de um suspeito, a Polícia Civil chegou ao nome do vereador que, de acordo com o inquérito, teria enviado a foto da vítima para o homem preso.
Confira detalhes do caso mais abaixo.
Já em relação aos trabalhos no legislativo, a expectativa é de que o relatório termine de ser votado no período da tarde, já que são cerca de 1.000 páginas cuja leitura deve ser feita na íntegra durante sessão extraordinária. Cada vereador também tem 15 minutos para se pronunciar sobre o caso. Até por volta das 14h faltavam cerca de 200 páginas.
No dia 16 de agosto deste ano foi aberta a CP contra o vereador por unanimidade, com sete votos favoráveis entre os nove vereadores – não votaram o parlamentar suspeito e o presidente da Casa.
Após a aprovação da CP, os integrantes da comissão foram definidos por sorteio: Décio Gomes (PSL) como presidente, enquanto a relatoria ficou com Benedito Machado (PSDB) e Edson José Firmino (PSDB) se tornou membro. A CP tinha 90 dias de prazo para concluir a investigação.
O advogado do parlamentar, Clayton Biondi, alegou que “a defesa foi prejudicada, pois não recebeu intimação pessoal para realização da presente sessão, isso causará reflexo no Poder Judiciário” e afirmou que “percebe-se que é um julgamento político e não técnico”.
“Diante de alguns defeitos jurídicos, respeitosamente falando, ocorridos dentro do processo, a defesa buscará a solução junto ao poder judiciário”, completou o advogado.
A Sessão acontece sem nenhuma transmissão aberta. Ela estaria sendo gravada e a gravação será disponibilizada somente amanhã (9).
Relembre o caso
De acordo com as informações levantadas pela polícia, o assalto foi por volta das 10h15 da manhã do dia 20 de setembro de 2021, na Avenida José Theodoro de Souza, no centro de Campos Novos Paulista (56 km de Ourinhos). A dona do supermercado (Silva), estava com o dinheiro de um dos seus estabelecimentos para fazer o depósito, tratando-se, no total, de aproximadamente R$55 mil (cinquenta e cinco mil reais em dinheiro), fora diversos cheques.
A mulher acabou tendo que ir buscar o filho e, voltou direto para a casa, passando em frente ao mercado, e, então, após descerem seu filho e o sobrinhos do veículo, seu filho disse que não estava conseguindo abrir a porta da casa, tendo descido do carro para ver se precisava ajudar, mas ele acabou conseguindo abrir as portas da casa; e, quando foi voltar para o carro, percebeu que dois indivíduos vieram rapidamente em direção a ela, vindo a adentrar no carro e a fechar a porta, e, logo em seguida, um dos indivíduos veio a abriu a porta, disse que queria dinheiro.
Ainda, disse que assim que tal indivíduo abriu a porta, teria dito é com você mesmo (SIC) e já foi sentando no banco do motorista, praticamente no colo da vítima e passou a mandar que fosse para o banco do passageiro dianteiro, empurrando-a com o corpo; mas, o outro indivíduo deu a volta no carro e, pelo vidro da porta do passageiro, que estava aberta, ele levantou a bolsa da declarante e viu o malote contendo o dinheiro e cheques diversos, ocasião em que tal indivíduo teria dito: larga ela, larga ela, não tem fazer nada com ela, vamos embora (SIC), e saiu correndo, ao passo que o outro indivíduo que estava praticamente no colo da mulher, mandando-a ir para o banco do passageiro, ainda tentou pegar a bolsa dela, mas ela segurou a bolsa e ele não a subtraiu, e, depois, tal indivíduo saiu em fuga.
Também informa que em nenhum momento foi ameaçada, que não fizeram menção de estarem armados, e nem lhe foi mostrada arma, ressaltando, contudo, que quando o indivíduo sentou no mesmo banco do condutor que a declarante, ele passou a empurrá-la com o corpo, mas não foi agredida e nem se lesionou; esclarecendo que o indivíduo que teria adentrado no carro e a mandava ir para o banco do passageiro seria: pardo, cerca, de 1,70, magro, com uma blusa de empresa de cor azul com emblema laranja, não se recordando da calça e boné; ao passo que o outro indivíduo seria: acredita que seja pardo, alto, aproximadamente 1,80m, magro, de boné e com uma camisa de cor meio alaranjada.
Através de imagens de câmeras de segurança das proximidades a polícia chegou até um dos autores, que seria Maicon. Nas imagens é visto um carro de VW/Gol de cor branca, que passa e deixa dois indivíduos, nas proximidades do supermercado da vítima. Este carro estaria sendo conduzido por Maicon, que disse a polícia que apenas deu carona aos dois envolvidos no assalto.
Os policiais militares desconfiaram dele porque ele, primeiramente negou ter deixado os dois e depois, ao ser confrontado com a informação de que havia imagens comprovando o fato, acabou por admitir. Dessa forma, muito embora a atitude seja suspeita, ainda não é possível falar-se em indícios suficientes de autoria a justificar a decretação da prisão preventiva de Maicon, que seria primário e poderá responder em liberdade.
Os dois homens que praticaram o assalto não foram encontrados e os valores furtados não foram recuperados. O caso segue sendo investigado.