Cardeal americano Robert Francis Prevost é eleito Papa e adota o nome Leão XIV

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Foi anunciado na tarde desta quinta-feira, 8 de maio, o novo líder da Igreja Católica: o cardeal norte-americano Robert Francis Prevost, de 69 anos, foi eleito Papa e adotará o nome de Leão XIV. A escolha foi feita após dois dias de conclave no Vaticano, seguindo o padrão das últimas eleições papais. Assim como Bento XVI e Francisco, Prevost foi eleito no segundo dia, em meio à expectativa global sobre os rumos futuros da Igreja.

A eleição de um papa nascido nos Estados Unidos quebra um paradigma histórico: até então, nenhum norte-americano havia ocupado o trono de Pedro. Prevost, porém, é conhecido como “o pastor de duas pátrias”.

Nos anos 1980, atuou como missionário no Peru, onde se destacou por sua proximidade com comunidades locais e pela fluência em espanhol. Essa vivência profunda na América Latina lhe conferiu reconhecimento internacional e o aproximou do Papa Francisco, de quem se tornou um colaborador próximo.

Antes de sua eleição, Prevost ocupava o cargo de prefeito do Dicastério para os Bispos, um dos mais estratégicos do Vaticano. Nessa função, foi responsável pela nomeação de bispos em todo o mundo, o que lhe garantiu uma compreensão ampla da estrutura e dos desafios da Igreja global.

Em uma de suas recentes entrevistas ao site oficial do Vaticano, Prevost deixou clara sua visão pastoral e humana do episcopado:
“O bispo é chamado autenticamente para ser humilde, para estar perto das pessoas que ele serve, para caminhar com elas, para sofrer com elas e procurar formas de que ele possa viver melhor a mensagem do Evangelho no meio de sua gente.”



Desafios e sinalizações
A escolha de um papa norte-americano sempre foi tratada com reservas dentro da Igreja, por receio de um eventual peso político ou influência global dos Estados Unidos. Apesar disso, analistas apontam que Leão XIV representa uma ala progressista do catolicismo americano, sensível a temas como imigração, justiça social e espiritualidade popular.

Sua formação na Ordem dos Agostinianos também traz um perfil mais contemplativo e missionário, alinhado ao espírito de renovação proposto por Francisco ao longo de seu pontificado.

No entanto, o novo papa também enfrenta desafios. Sua atuação em investigações de abusos sexuais dentro da Igreja provocou críticas quanto à condução de certos processos, especialmente em casos complexos e sigilosos. Ainda assim, sua reputação como líder espiritual firme, próximo do povo e de trajetória internacional robusta, pesou na decisão dos cardeais.

Com a eleição de Leão XIV, a Igreja inicia uma nova etapa marcada por continuidade pastoral, diálogo com as periferias e um reforço à identidade missionária da fé católica no século XXI.