O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (9), por 13 votos a 5, a recomendação de cassação do mandato do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ). O parlamentar é acusado de quebra de decoro por ter agredido fisicamente o militante do Movimento Brasil Livre (MBL) Gabriel Costenaro, dentro das dependências da Câmara, em abril de 2024. Durante a sessão que selou a recomendação, Glauber anunciou o início de uma greve de fome, que, segundo ele, se estenderá até o desfecho do processo no plenário.
A decisão do Conselho será encaminhada ao plenário da Câmara, instância responsável por decidir em definitivo sobre o futuro de Braga. Para que o deputado perca o mandato, são necessários ao menos 257 votos favoráveis entre os 513 parlamentares. Ainda não há data marcada para a votação. Antes disso, Glauber poderá apresentar recurso à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
A recomendação do Conselho seguiu o parecer do relator Paulo Magalhães (PSD-BA), que endossou a denúncia feita pelo Partido Novo. Em seu voto, Magalhães afirmou não haver "dúvidas" de que houve agressão, sustentando que as imagens do sistema de segurança da Câmara comprovam os chutes e empurrões desferidos por Glauber contra o militante. O relator ainda ressaltou que o deputado agiu de maneira desproporcional, mesmo diante de apelos para conter os ânimos.
A confusão teve início após um bate-boca entre Braga e Costenaro em um dos anexos da Câmara. Segundo relatos e registros em vídeo, o deputado tentou expulsar o militante à força do prédio, o que resultou em agressões físicas. A situação se agravou fora do plenário, com a intervenção da Polícia Legislativa. Já na delegacia interna da Casa, Glauber ainda discutiu com o deputado Kim Kataguiri (União-SP), um dos fundadores do MBL. Embora Kataguiri tenha negado ter sido agredido, o relator considerou que também houve agressão nesse episódio.
Em sua defesa, Glauber Braga reconheceu os atos, mas justificou as agressões como uma reação a provocações sistemáticas de integrantes do MBL. O deputado afirmou que Costenaro teria feito ofensas à sua mãe, falecida semanas após o episódio. "Talvez eu merecesse uma chamada de atenção, se não tivesse feito a defesa da honra da minha mãe naquele momento", declarou.
Braga também criticou duramente o relator Paulo Magalhães e o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Segundo o deputado do PSOL, há interferência política no caso. Ele acusa Lira de usar o processo como retaliação por ter denunciado irregularidades no repasse de emendas parlamentares — tema central do chamado "orçamento secreto". Glauber chamou Magalhães de "parcial" e disse que o parecer já estava definido antes mesmo da tramitação do processo.
Aliados do parlamentar também contestam o relatório, apontando que o texto inclui episódios e acusações anteriores já arquivadas, especialmente os confrontos entre Glauber e Arthur Lira, que não são objeto da denúncia principal. Magalhães, por sua vez, afirmou que o conjunto das condutas do deputado representa uma ofensa à "honra e dignidade da Câmara".
Em nota ao g1, Glauber classificou o processo como uma tentativa de silenciar sua atuação contra o "escândalo do orçamento secreto". Segundo ele, o caso está sendo "usado como desculpa para calar quem se manifesta contra os poderosos".
Enquanto o desfecho do processo se aproxima, o clima no Congresso promete seguir tenso. A sessão do Conselho foi novamente marcada por tumulto e gritos de apoio a Glauber Braga. Agora, com a greve de fome anunciada e um possível recurso à CCJ, o impasse se estende para os próximos capítulos no plenário.
A decisão do Conselho será encaminhada ao plenário da Câmara, instância responsável por decidir em definitivo sobre o futuro de Braga. Para que o deputado perca o mandato, são necessários ao menos 257 votos favoráveis entre os 513 parlamentares. Ainda não há data marcada para a votação. Antes disso, Glauber poderá apresentar recurso à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
A recomendação do Conselho seguiu o parecer do relator Paulo Magalhães (PSD-BA), que endossou a denúncia feita pelo Partido Novo. Em seu voto, Magalhães afirmou não haver "dúvidas" de que houve agressão, sustentando que as imagens do sistema de segurança da Câmara comprovam os chutes e empurrões desferidos por Glauber contra o militante. O relator ainda ressaltou que o deputado agiu de maneira desproporcional, mesmo diante de apelos para conter os ânimos.
A confusão teve início após um bate-boca entre Braga e Costenaro em um dos anexos da Câmara. Segundo relatos e registros em vídeo, o deputado tentou expulsar o militante à força do prédio, o que resultou em agressões físicas. A situação se agravou fora do plenário, com a intervenção da Polícia Legislativa. Já na delegacia interna da Casa, Glauber ainda discutiu com o deputado Kim Kataguiri (União-SP), um dos fundadores do MBL. Embora Kataguiri tenha negado ter sido agredido, o relator considerou que também houve agressão nesse episódio.
Em sua defesa, Glauber Braga reconheceu os atos, mas justificou as agressões como uma reação a provocações sistemáticas de integrantes do MBL. O deputado afirmou que Costenaro teria feito ofensas à sua mãe, falecida semanas após o episódio. "Talvez eu merecesse uma chamada de atenção, se não tivesse feito a defesa da honra da minha mãe naquele momento", declarou.
Braga também criticou duramente o relator Paulo Magalhães e o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Segundo o deputado do PSOL, há interferência política no caso. Ele acusa Lira de usar o processo como retaliação por ter denunciado irregularidades no repasse de emendas parlamentares — tema central do chamado "orçamento secreto". Glauber chamou Magalhães de "parcial" e disse que o parecer já estava definido antes mesmo da tramitação do processo.
Aliados do parlamentar também contestam o relatório, apontando que o texto inclui episódios e acusações anteriores já arquivadas, especialmente os confrontos entre Glauber e Arthur Lira, que não são objeto da denúncia principal. Magalhães, por sua vez, afirmou que o conjunto das condutas do deputado representa uma ofensa à "honra e dignidade da Câmara".
Em nota ao g1, Glauber classificou o processo como uma tentativa de silenciar sua atuação contra o "escândalo do orçamento secreto". Segundo ele, o caso está sendo "usado como desculpa para calar quem se manifesta contra os poderosos".
Enquanto o desfecho do processo se aproxima, o clima no Congresso promete seguir tenso. A sessão do Conselho foi novamente marcada por tumulto e gritos de apoio a Glauber Braga. Agora, com a greve de fome anunciada e um possível recurso à CCJ, o impasse se estende para os próximos capítulos no plenário.





