Conservadores vencem eleições na Alemanha, mas formação de coalizão será desafio

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Os conservadores da oposição alemã conquistaram a vitória nas eleições nacionais deste domingo (23), colocando Friedrich Merz no caminho para se tornar o próximo chanceler do país. A Alternativa para a Alemanha (AfD), partido de extrema-direita, ficou em segundo lugar, segundo pesquisas de boca de urna divulgadas pela emissora pública ZDF.

Merz, de 69 anos, não tem experiência no Executivo, mas promete exercer maior liderança do que o atual chanceler Olaf Scholz, buscando estreitar laços com aliados internacionais e reforçar o protagonismo da Alemanha na Europa. Conhecido por seu perfil liberal na economia, ele se distanciou do legado da ex-chanceler Angela Merkel e deslocou a pauta conservadora mais à direita.

Apesar da vitória, Merz e seus correligionários enfrentam o desafio de formar uma coalizão em um cenário político fragmentado. As negociações devem ser complexas, especialmente após uma campanha marcada por divisões em torno da imigração e da relação com a AfD. Esse impasse pode manter Scholz como chanceler interino por meses, atrasando políticas essenciais para reverter a crise econômica alemã.

A Alemanha atravessa um período de incertezas, com desafios internos e externos. A economia, que encolheu por dois anos consecutivos, enfrenta dificuldades para competir globalmente. No cenário internacional, o país lida com ameaças como uma possível guerra comercial iniciada por Donald Trump e a exclusão da Europa das negociações de um cessar-fogo na Ucrânia. Além disso, o endurecimento das políticas migratórias reflete uma mudança significativa na opinião pública desde a crise de refugiados de 2015, um fator explorado eleitoralmente pela AfD.

Diante desse contexto, a Alemanha pode enfrentar um vácuo de liderança nos próximos meses, em um momento crucial para a maior economia da Europa.