A investigação que levou à prisão de Daniel Vorcaro, nesta terça-feira, revelou um esquema de fraude bilionária envolvendo a cúpula do Banco Master e dirigentes do Banco de Brasília (BRB). Segundo fontes ligadas à apuração, ao menos 20 títulos de crédito inexistentes foram “fabricados” para justificar a transferência de R$ 12,2 bilhões do BRB para o Master entre janeiro e maio de 2025.
De acordo com os investigadores, todos os contratos apresentados eram “falsificações grosseiras”. Uma das levas de documentos foi inteira autenticada em um único dia e em um único cartório de São Paulo, em abril de 2025, justamente após o Banco Central (BC) solicitar acesso aos papéis durante uma auditoria relacionada à compra do Master pelo BRB, anunciada no mês anterior.
Em março, o BRB havia se proposto a adquirir 58% do Master por R$ 2 bilhões, mantendo os atuais controladores no comando. A operação, na prática, funcionaria como um socorro, já que o Master enfrentava graves problemas de liquidez.
Fraude em larga escala
Dos R$ 12,2 bilhões repassados pelo BRB ao Master, R$ 6,7 bilhões foram justificados com contratos falsos, enquanto outros R$ 5,5 bilhões foram lançados como prêmios.
A primeira tentativa de encobrir o esquema envolveu contratos de crédito consignado supostamente vinculados a duas associações de servidores da Bahia — Asseba e Asteba — ligadas ao ex-diretor do Master, Augusto Lima, também preso na operação. As entidades, porém, tinham poucos associados e nenhuma atividade financeira que justificasse créditos na casa dos bilhões. Segundo a PF e o MPF, elas sequer tinham movimentação bancária.
Com a versão desmontada pelo Banco Central, os dirigentes do Master e do BRB adquiriram uma empresa de fachada chamada sx016, renomeada para Tirreno, para produzir novos documentos falsos entre abril e maio de 2025.
Envolvimento da diretoria do BRB
Em depoimento, o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, assumiu total responsabilidade pelas operações, que, conforme a investigação, foram conduzidas sem qualquer comunicação interna ou análise técnica do banco.
O MPF e a Polícia Federal pediram sua prisão, mas a Justiça autorizou apenas o afastamento. As prisões preventivas e temporárias decretadas na Operação Compliance Zero atingiram cinco dirigentes, funcionários e ex-funcionários do Master. Eles respondem por gestão fraudulenta, prestação de informações falsas ao mercado e ao sistema financeiro, entre outros crimes.
A auditoria do BC ainda mostrou que o BRB vinha transferindo recursos ao Master sem justificativa desde 2024. Em entrevista concedida anteriormente ao jornal O Globo, Paulo Henrique afirmou ter comprado R$ 8 bilhões em créditos do Master antes mesmo de anunciar a aquisição do banco, valor que agora é suspeito de também não ter lastro.
Expansão das fraudes
Para tentar convencer o Banco Central de que as carteiras de crédito consignado existiam, o BRB apresentou ainda 100 contratos de crédito consignado com pessoas físicas, todos falsos e autenticados na mesma data em 2025. A checagem do BC constatou que parte dos CPFs já havia sido utilizada em operações suspeitas anteriores.
O valor total das irregularidades ainda é desconhecido. Somente com a liquidação do Banco Master e a quebra de sigilo financeiro das instituições será possível determinar a dimensão exata da fraude.
A investigação segue em andamento, e novos desdobramentos são esperados nos próximos dias.
De acordo com os investigadores, todos os contratos apresentados eram “falsificações grosseiras”. Uma das levas de documentos foi inteira autenticada em um único dia e em um único cartório de São Paulo, em abril de 2025, justamente após o Banco Central (BC) solicitar acesso aos papéis durante uma auditoria relacionada à compra do Master pelo BRB, anunciada no mês anterior.
Em março, o BRB havia se proposto a adquirir 58% do Master por R$ 2 bilhões, mantendo os atuais controladores no comando. A operação, na prática, funcionaria como um socorro, já que o Master enfrentava graves problemas de liquidez.
Fraude em larga escala
Dos R$ 12,2 bilhões repassados pelo BRB ao Master, R$ 6,7 bilhões foram justificados com contratos falsos, enquanto outros R$ 5,5 bilhões foram lançados como prêmios.
A primeira tentativa de encobrir o esquema envolveu contratos de crédito consignado supostamente vinculados a duas associações de servidores da Bahia — Asseba e Asteba — ligadas ao ex-diretor do Master, Augusto Lima, também preso na operação. As entidades, porém, tinham poucos associados e nenhuma atividade financeira que justificasse créditos na casa dos bilhões. Segundo a PF e o MPF, elas sequer tinham movimentação bancária.
Com a versão desmontada pelo Banco Central, os dirigentes do Master e do BRB adquiriram uma empresa de fachada chamada sx016, renomeada para Tirreno, para produzir novos documentos falsos entre abril e maio de 2025.
Envolvimento da diretoria do BRB
Em depoimento, o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, assumiu total responsabilidade pelas operações, que, conforme a investigação, foram conduzidas sem qualquer comunicação interna ou análise técnica do banco.
O MPF e a Polícia Federal pediram sua prisão, mas a Justiça autorizou apenas o afastamento. As prisões preventivas e temporárias decretadas na Operação Compliance Zero atingiram cinco dirigentes, funcionários e ex-funcionários do Master. Eles respondem por gestão fraudulenta, prestação de informações falsas ao mercado e ao sistema financeiro, entre outros crimes.
A auditoria do BC ainda mostrou que o BRB vinha transferindo recursos ao Master sem justificativa desde 2024. Em entrevista concedida anteriormente ao jornal O Globo, Paulo Henrique afirmou ter comprado R$ 8 bilhões em créditos do Master antes mesmo de anunciar a aquisição do banco, valor que agora é suspeito de também não ter lastro.
Expansão das fraudes
Para tentar convencer o Banco Central de que as carteiras de crédito consignado existiam, o BRB apresentou ainda 100 contratos de crédito consignado com pessoas físicas, todos falsos e autenticados na mesma data em 2025. A checagem do BC constatou que parte dos CPFs já havia sido utilizada em operações suspeitas anteriores.
O valor total das irregularidades ainda é desconhecido. Somente com a liquidação do Banco Master e a quebra de sigilo financeiro das instituições será possível determinar a dimensão exata da fraude.
A investigação segue em andamento, e novos desdobramentos são esperados nos próximos dias.





