Em Botucatu, ministro da Saúde, Queiroga, diz que ministério estuda campanha de testagem em massa contra Covid

Botucatu vacinou mais de 65 mil pessoas neste domingo, durante vacinação em massa.
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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, informou neste domingo, 16, que está em estudo na pasta uma ampla campanha de testagem da população brasileira para o novo coronavírus, causador da Covid-19. A declaração foi dada em Botucatu (180 km de Ourinhos). O município vacinou ontem (16) mais de 65 mil pessoas entre 18 e 60 anos contra a Covid-19, em uma iniciativa que faz parte de estudo inédito sobre a eficácia do imunizante desenvolvido pela Universidade de Oxford, em parceria com a AstraZeneca e a Funadação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

O objetivo era aplicar a primeira dose da vacina em 60 mil pessoas, ou seja, em 80% do público-alvo, mas a meta foi ultrapassada. Segundo a prefeitura foram 65.932 doses aplicadas, número que pode aumentar nesta segunda-feira (17) devido a contagem de cadastro que tiveram que ser feitos manualmente em virtude de oscilações no sistema digital.

De acordo com o Ministério da Saúde, Botucatu conta com cerca de 150 mil habitantes, dos quais 106 mil são maiores de 18 anos. No entanto, a expectativa é vacinar cerca de 80 mil pessoas durante a pesquisa, já que parte dos adultos já foi imunizada normalmente durante o programa de vacinação dos grupos prioritários. Para isso, foi montado um esquema que transformou os 45 locais de votação utilizados para as eleições de 2020 em pontos de vacinação, e 2,5 mil pessoas trabalharam como voluntárias. A ação de teve apoio da Justiça Eleitoral, da OAB Botucatu e do Ministério Público.

Sobre a falta de vacinas para a 2ª dose

Sobre a interrupção na produção de vacinas contra o coronavírus pelo Instituto Butantan pela falta do ingrediente farmacêutico ativo (IFA), Queiroga ressaltou que a carência da matéria-prima é mundial.

“É importante passar uma mensagem positiva para a sociedade brasileira, e não essa cantilena de que está faltando [IFA]. O Brasil precisa de tranquilidade para superarmos juntos essa dificuldade sanitária”, disse.

Ainda sobre a dificuldade na aquisição de vacinas, o ministro lembrou que o Brasil faz parte do acordo Covax Facility, que alocou US$ 150 milhões para garantir a cobertura vacinal de 10% da sua população.

“A prova dessa dificuldade de doses é que mesmo a OMS [Organização Mundial da Saúde] tem dificuldade de entregar as doses que se comprometeu conosco e nem por isso nós ficamos criticando a OMS.”

Queiroga acrescentou que o Brasil tem um trabalho diuturno para ter mais vacinas. Ele disse que, nesse sentido, o país é o quinto que mais distribui doses.

“O Brasil está indo bem na campanha de vacinação. Poderia ir melhor? Claro que sim, se tivéssemos mais doses”, ressaltou.

China

Perguntado se os problemas com o IFA poderiam ser reflexo de problemas diplomáticos com a China, Queiroga afirmou que o país asiático tem sido um grande parceiro para o Brasil e disse que não vê nenhuma fissura nas relações entre o governo brasileiro e o chinês.

“O presidente[ Jair Bolsonaro] tem uma excelente relação não só com a China, mas com todas as nações com que o Brasil estabelece relações internacionais. A China integra um bloco econômico importante que é o Brics, o Brasil faz parte, a Rússia faz parte, e as relações são absolutamente normais”, ressaltou Queiroga.

O ministro disse ainda que o embaixador do Reino Unido no Brasil, Peter Wilson, “é um grande parceiro nosso na prospecção não só de IFA, mas de doses prontas de vacina."

Marcelo Queiroga destacou ainda que a curva epidemiológica brasileira em relação não só a óbitos como internações hospitalares vem tendo queda e, por isso, incentivou outras medidas.

“Nós precisamos, além da vacinação, de incentivar as medidas não farmacológicas, como uso de máscaras e distanciamento social.”

O ministro destacou que o momento é de união e citou ações do governo como o pagamento do auxílio emergencial.

“Vamos construir juntos um cenário que permita resgatar a saúde pública e devolver as condições econômicas no nosso país”, afirmou.

Com informações da Agência Brasil