Ex-ministro José Dirceu afirma que "mensaleiros" nunca saíram da política

Compartilhe:
Em reunião do Partido dos Trabalhadores (PT) na última sexta-feira (28), o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, declarou que os políticos envolvidos no escândalo do mensalão continuam atuantes na legenda e em posições de destaque. A afirmação foi uma resposta às críticas sobre a candidatura de Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara, à presidência do partido.

"Alguns dos nossos críticos da candidatura do Edinho [Silva] dizem que os mensaleiros querem voltar. Primeiro, eu nunca saí. Nem o Delúbrio [Soares], nem o Vaccari [Neto], nem o João Paulo [Cunha]. Nós nunca saímos", afirmou Dirceu, sendo aplaudido pelos participantes da reunião.

O posicionamento do ex-ministro ocorre em meio às tensões internas no PT. No início de março, o partido enfrentou uma crise após o vazamento de uma reunião reservada entre a presidente da legenda, Gleisi Hoffmann, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outras lideranças. Segundo informações divulgadas pela imprensa, Gleisi teria manifestado oposição à indicação de Edinho Silva para o comando do partido.

O episódio evidenciou a divisão entre apoiadores e críticos da candidatura do ex-prefeito de Araraquara, levando a corrente majoritária do partido, "Construindo um Novo Brasil" (CNB), a divulgar uma nota oficial defendendo a unidade partidária. O texto destacou que a reunião com Lula buscava consolidar essa unidade, mas acabou sendo usada como "instrumento de luta interna".

Atualmente, os principais nomes cotados para a presidência do PT são Edinho Silva e o deputado José Guimarães (CE), líder do governo na Câmara. Como reportado pela CNN, José Dirceu chegou a ser considerado um possível candidato ao comando da legenda, mas reiterou apoio total ao nome indicado por Lula. Nos bastidores, o partido também trabalha para fortalecer Dirceu com vistas às eleições de 2026, após o encerramento de processos da Operação Lava Jato contra o petista.