Participei, na segunda-feira, do Podcast do "Passando a Régua", entre outros assuntos apresentei peças em miniaturas da minha atividade de artista plástico.
Algumas pessoas se encantaram com minha miniatura da guarita da passagem do trem, na Antônio Prado.
Afirmei que eu já havia registrado o lugar na minha crônica "Flor de Maio", a réplica fiz mais recentemente.
Atendendo pedidos compartilho com vocês, com carinho e respeito:
"Flor de Maio"
Primeiro ouvíamos o som de uma sineta, em seguida o porteiro Afonsão arrastava a cancela deslizante, e assim travava todo o trânsito - tanto para quem subia quanto pra quem descia a Antônio Prado.
Esse ritual se repetia várias vezes ao dia, bastava o trem enviar o sinal que estava chegando ou saindo... Todas as vezes o povo se irritava com o procedimento, era um tal de chegar atrasado ao trabalho, à escola ou a algum compromisso.
Hoje estou aqui, de frente pra cancela, celular em punho, ao lado da guarita, tentando captar alguma imagem de 74... Nada, ninguém... Nem o som da sineta, nem do trem, muito menos o Afonsão, e seus cento e poucos quilos, arrastando a cancela.
Cadê os trens de 33 composições? E o trem dos passageiros que acenavam da janela? Onde estará o pessoal da rede que se revezava em eternas manobras?
O trem desapareceu por si só, silenciou inclusive seu apito - que mais parecia um lamento... Quem sabe já não estivesse prevendo seu fim?
No melhor estilo "Trem das Sete", do Raul... Esperei... Esperei... Esperei e o trem não passou... Eu queria filmar a passagem do trem em HD, queria mostrar aos meus netos como era o tempo em que o trem carregava sonhos, eu queria filmar as marcas do meu tempo.
Olho para a guarita, não existe mais porteiro... Daquele tempo só o silêncio! Não conheço mais ninguém neste lugar.
Antes de pegar meu carro e ir embora, vejo uma florzinha azul, teimosamente nascida do lado da guarita... Ela parecia me sorrir... Naquele instante tive a certeza:
Apenas a flor de maio se lembrou de mim!
Confira o Podcast na íntegra abaixo:
Algumas pessoas se encantaram com minha miniatura da guarita da passagem do trem, na Antônio Prado.
Afirmei que eu já havia registrado o lugar na minha crônica "Flor de Maio", a réplica fiz mais recentemente.
Atendendo pedidos compartilho com vocês, com carinho e respeito:
"Flor de Maio"
Primeiro ouvíamos o som de uma sineta, em seguida o porteiro Afonsão arrastava a cancela deslizante, e assim travava todo o trânsito - tanto para quem subia quanto pra quem descia a Antônio Prado.
Esse ritual se repetia várias vezes ao dia, bastava o trem enviar o sinal que estava chegando ou saindo... Todas as vezes o povo se irritava com o procedimento, era um tal de chegar atrasado ao trabalho, à escola ou a algum compromisso.
Hoje estou aqui, de frente pra cancela, celular em punho, ao lado da guarita, tentando captar alguma imagem de 74... Nada, ninguém... Nem o som da sineta, nem do trem, muito menos o Afonsão, e seus cento e poucos quilos, arrastando a cancela.
Cadê os trens de 33 composições? E o trem dos passageiros que acenavam da janela? Onde estará o pessoal da rede que se revezava em eternas manobras?
O trem desapareceu por si só, silenciou inclusive seu apito - que mais parecia um lamento... Quem sabe já não estivesse prevendo seu fim?
No melhor estilo "Trem das Sete", do Raul... Esperei... Esperei... Esperei e o trem não passou... Eu queria filmar a passagem do trem em HD, queria mostrar aos meus netos como era o tempo em que o trem carregava sonhos, eu queria filmar as marcas do meu tempo.
Olho para a guarita, não existe mais porteiro... Daquele tempo só o silêncio! Não conheço mais ninguém neste lugar.
Antes de pegar meu carro e ir embora, vejo uma florzinha azul, teimosamente nascida do lado da guarita... Ela parecia me sorrir... Naquele instante tive a certeza:
Apenas a flor de maio se lembrou de mim!
Confira o Podcast na íntegra abaixo:





