Governador defende anistia como instrumento de pacificação e comenta morte de ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes

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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que esteve em Vera Cruz (SP) e Pompeia (SP), na região de Marília neste sábado, 20, voltou a defender a proposta de anistia como forma de promover a pacificação nacional. Em entrevista, ele fez uma comparação com o período de redemocratização do Brasil após a ditadura militar, lembrando que a medida serviu, à época, para unificar a sociedade.

“Naquela época, nós precisávamos redemocratizar a nossa sociedade. Nos atos das disposições constitucionais transitórias, a Constituição estava lá para recepcionar a anistia. Agora, nós temos que ponderar o que queremos”, afirmou.

Segundo o governador, a anistia não deve ser confundida com impunidade. “A anistia serve para pacificar, para conversar. Nós não queremos a impunidade e, sim, a paz dialogada. Temos que torcer para que o relator tenha sabedoria para contemplar pessoas que estão padecendo na cadeia e que não sabiam nem o que estavam fazendo. O Brasil precisa de um caminho de paz”, disse.

Além da defesa da anistia, o governador também comentou sobre a morte do ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, executado em uma emboscada na última segunda-feira (15), em Praia Grande, no litoral paulista.

Antes do crime, Fontes havia declarado à Rádio CBN e ao jornal O Globo que, apesar de sua trajetória no combate ao crime organizado, não vivia sob proteção. Para o governador, essa é uma realidade nacional. “Ninguém tem proteção no Brasil. É uma questão estrutural de escala nacional. Não há legislação alguma que preveja isso de forma legal, nem estadual e nem federal. São questões que precisam ser estudadas com muita responsabilidade, para dimensionarmos o risco”, destacou.

Ele afirmou ainda que não havia qualquer pedido de proteção por parte do ex-delegado, que estava afastado das atividades policiais e atuava na Secretaria de Administração da Prefeitura de Praia Grande. “Não tinha nada que levasse a crer que ele precisava de proteção. Se incidir alguma coisa, nós daremos proteção”, declarou.

Por fim, o governador garantiu que o crime será investigado com rigor. “Pode ter certeza que todo o esforço do Estado será feito para elucidar o caso, prender os criminosos, apresentá-los à Justiça. Nós não vamos tolerar o Estado perdendo os seus para o crime. São Paulo vai vencer o crime”, concluiu.