A Polícia Civil concluiu o inquérito que investigava a morte da professora de pilates Larissa Rodrigues, de 37 anos, encontrada sem vida no dia 22 de março no apartamento onde vivia com o marido, o médico Luiz Antônio Garnica, na zona Sul de Ribeirão Preto (SP). De acordo com o relatório final, o crime foi premeditado e teve motivação financeira.
O documento, com mais de 600 páginas, aponta Luiz Antônio como o mentor do homicídio, e sua mãe, Elizabete Arrabaça, como a executora. Ambos foram indiciados por homicídio doloso qualificado, com as qualificadoras de feminicídio e meio cruel, pelo uso do veneno conhecido como chumbinho.

A professora de pilates Larissa Rodrigues morreu em Ribeirão Preto, SP, em março deste ano — Foto: Arquivo pessoal
Simulação e contradições
Segundo as investigações, Larissa foi envenenada de forma deliberada e apresentava sinais de mal-estar desde os dias anteriores à sua morte. Testemunhas relataram que o próprio Luiz teria impedido a esposa de buscar atendimento médico. O médico teria preferido "tratá-la em casa", o que, segundo o delegado Fernando Bravo, pode ter feito parte do plano para ocultar a real causa dos sintomas.
Na manhã seguinte ao crime, Luiz acionou o Samu e simulou surpresa e desespero ao ver a esposa morta, chegando a realizar manobras de reanimação. No entanto, o promotor Marcus Túlio Nicolino revelou que, minutos antes da chegada do socorro, Luiz já havia informado a amante sobre a morte de Larissa por mensagem, o que evidencia que ele já sabia do óbito.
Álibis e provas digitais
Ainda conforme o relatório, Luiz tentou criar álibis, como o envio de fotos ao lado da amante em um shopping na noite da morte de Larissa. Também foi identificado que, naquela mesma noite, ele acessou um aplicativo de rotas para traçar o caminho até o próprio apartamento, o que levantou suspeitas da sua real localização.
A mãe do médico, Elizabete, também é investigada por ter ido até o apartamento na noite anterior à morte da nora. Uma carta escrita por ela, já na prisão, sugere que teria dado um medicamento a Larissa, mas afirma que a administração da substância tóxica foi "acidental". A ausência de imagens de câmeras de segurança e a falta de registros claros sobre quem autorizou a entrada dela no prédio dificultaram parte da apuração.
Outra morte sob suspeita
Durante as investigações, a polícia também reabriu o caso da morte de Nathalia Garnica, irmã de Luiz Antônio, que faleceu em fevereiro, um mês antes da morte de Larissa, em circunstâncias semelhantes. Após exumação do corpo, o laudo pericial confirmou que Nathalia também foi vítima de envenenamento por chumbinho.
Elizabete Arrabaça agora também é investigada por envolvimento na morte da própria filha.

Nathália Garnica e Larissa Rodrigues eram cunhadas e morreram envenenadas em Ribeirão Preto, SP — Foto: Reprodução/g1
Motivação: crise financeira e possível separação
A motivação principal apontada pela polícia seria interesse financeiro, já que Luiz e a mãe enfrentavam dificuldades com dívidas. O inquérito também destaca que Larissa teria descoberto uma traição do marido e cogitava o divórcio, o que pode ter precipitado o crime.
O Ministério Público deve apresentar denúncia formal à Justiça nos próximos dias. Luiz Antônio Garnica e Elizabete Arrabaça seguem presos desde o dia 6 de maio. Ambos, por meio de suas defesas, negam envolvimento no crime.
O documento, com mais de 600 páginas, aponta Luiz Antônio como o mentor do homicídio, e sua mãe, Elizabete Arrabaça, como a executora. Ambos foram indiciados por homicídio doloso qualificado, com as qualificadoras de feminicídio e meio cruel, pelo uso do veneno conhecido como chumbinho.

A professora de pilates Larissa Rodrigues morreu em Ribeirão Preto, SP, em março deste ano — Foto: Arquivo pessoal
Simulação e contradições
Segundo as investigações, Larissa foi envenenada de forma deliberada e apresentava sinais de mal-estar desde os dias anteriores à sua morte. Testemunhas relataram que o próprio Luiz teria impedido a esposa de buscar atendimento médico. O médico teria preferido "tratá-la em casa", o que, segundo o delegado Fernando Bravo, pode ter feito parte do plano para ocultar a real causa dos sintomas.
Na manhã seguinte ao crime, Luiz acionou o Samu e simulou surpresa e desespero ao ver a esposa morta, chegando a realizar manobras de reanimação. No entanto, o promotor Marcus Túlio Nicolino revelou que, minutos antes da chegada do socorro, Luiz já havia informado a amante sobre a morte de Larissa por mensagem, o que evidencia que ele já sabia do óbito.
Álibis e provas digitais
Ainda conforme o relatório, Luiz tentou criar álibis, como o envio de fotos ao lado da amante em um shopping na noite da morte de Larissa. Também foi identificado que, naquela mesma noite, ele acessou um aplicativo de rotas para traçar o caminho até o próprio apartamento, o que levantou suspeitas da sua real localização.
A mãe do médico, Elizabete, também é investigada por ter ido até o apartamento na noite anterior à morte da nora. Uma carta escrita por ela, já na prisão, sugere que teria dado um medicamento a Larissa, mas afirma que a administração da substância tóxica foi "acidental". A ausência de imagens de câmeras de segurança e a falta de registros claros sobre quem autorizou a entrada dela no prédio dificultaram parte da apuração.
Outra morte sob suspeita
Durante as investigações, a polícia também reabriu o caso da morte de Nathalia Garnica, irmã de Luiz Antônio, que faleceu em fevereiro, um mês antes da morte de Larissa, em circunstâncias semelhantes. Após exumação do corpo, o laudo pericial confirmou que Nathalia também foi vítima de envenenamento por chumbinho.
Elizabete Arrabaça agora também é investigada por envolvimento na morte da própria filha.

Nathália Garnica e Larissa Rodrigues eram cunhadas e morreram envenenadas em Ribeirão Preto, SP — Foto: Reprodução/g1
Motivação: crise financeira e possível separação
A motivação principal apontada pela polícia seria interesse financeiro, já que Luiz e a mãe enfrentavam dificuldades com dívidas. O inquérito também destaca que Larissa teria descoberto uma traição do marido e cogitava o divórcio, o que pode ter precipitado o crime.
O Ministério Público deve apresentar denúncia formal à Justiça nos próximos dias. Luiz Antônio Garnica e Elizabete Arrabaça seguem presos desde o dia 6 de maio. Ambos, por meio de suas defesas, negam envolvimento no crime.





