Interno é condenado a medida de segurança por morte de monitora em clínica de recuperação em Marília

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O interno Éverton Pereira de Godoy, acusado de matar a monitora Simone Vieira da Costa, foi condenado nesta terça-feira (7), pelo Tribunal do Júri de Marília (SP), à medida de segurança de internação por, no mínimo, três anos. O crime ocorreu em 27 de dezembro de 2022, em uma clínica de recuperação para dependentes químicos.

A decisão judicial levou em conta o laudo pericial que classificou o réu como semi-imputável, ou seja, com capacidade mental parcialmente comprometida no momento do crime. Segundo o exame médico, Éverton não tinha total domínio sobre suas ações, motivo pelo qual o juiz aplicou o artigo 98 do Código Penal.

Conforme a legislação, quando uma pessoa comete um crime sem plena capacidade de discernimento, ela não recebe uma pena comum, mas sim uma medida de segurança, que prevê tratamento médico em hospital de custódia ou de forma ambulatorial, com duração indeterminada — enquanto houver risco de reincidência.

A vítima, Simone Vieira da Costa, tinha 52 anos e foi morta com golpes de enxada dentro da clínica Estância Peniel, fundada por ela em 2018, às margens da Rodovia Leonor Mendes de Barros, em Marília. O corpo foi encontrado em uma horta do local, e Éverton foi preso em flagrante ao lado da vítima.

O réu foi julgado pelo crime de homicídio triplamente qualificado — por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.

Na época do crime, a clínica passava por uma reformulação e contava com apenas quatro internos, além de funcionários e voluntários. Colegas de Simone relataram que o autor estava internado havia pouco tempo, ainda não fazia uso regular de medicação e, embora fosse agressivo verbalmente, nunca havia apresentado comportamento violento antes do assassinato.