Israel e Hamas confirmam acordo de cessar-fogo e libertação de reféns; prazo para início é de 24 horas

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O governo de Israel ratificou nesta quinta-feira (9) o acordo de cessar-fogo com o Hamas, que prevê a libertação dos reféns ainda mantidos pelo grupo terrorista na Faixa de Gaza. Com a aprovação, começa a contar o prazo de 24 horas para o início da trégua.

O Hamas havia assinado o documento horas antes, anunciando um cessar-fogo permanente. O plano foi mediado pelos Estados Unidos, com apoio do Egito, Catar e Turquia, e é considerado a primeira fase de um processo mais amplo de pacificação proposto pelo presidente americano Donald Trump no fim de setembro.

Segundo o acordo, o grupo terrorista deverá libertar todos os reféns — vivos ou mortos — em até 72 horas. Israel estima que, dos 48 sequestrados ainda sob poder do Hamas desde o ataque de 2023, apenas 20 estejam vivos. Em contrapartida, o governo israelense deve libertar cerca de 2 mil prisioneiros palestinos, incluindo detentos condenados à prisão perpétua.

De acordo com a imprensa americana, o Hamas pediu mais tempo para entregar os corpos de algumas vítimas, alegando dificuldade para localizar todos devido à destruição em diversas áreas de Gaza. A Turquia informou nesta quinta-feira que criou uma força-tarefa internacional para ajudar o grupo a encontrar os corpos desaparecidos.

Além da troca de reféns, o acordo prevê o fim dos bombardeios israelenses e a redução gradual da presença militar em Gaza. Inicialmente, as Forças de Defesa de Israel devem recuar de 75% para 57% do território palestino. Apesar da trégua, parte das tropas israelenses continuará na região, conforme o plano de segurança negociado com mediadores.

O texto também foi submetido ao Conselho de Segurança de Israel, onde recebeu aprovação da maioria, embora tenha enfrentado resistência de integrantes da extrema direita do governo de Benjamin Netanyahu. Os ministros Itamar Ben-Gvir (Segurança Nacional) e Bezalel Smotrich (Finanças) votaram contra e ameaçaram romper com o governo caso o Hamas não seja completamente desmantelado.

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa’ar, afirmou em entrevista à Fox News que o país não pretende retomar a guerra após a implementação do acordo. Já o negociador-chefe do Hamas, Khalil Al-Hayy, declarou que o grupo considera o conflito encerrado, destacando que recebeu garantias dos Estados Unidos e de mediadores árabes para a manutenção do cessar-fogo.

Apesar da ratificação, detalhes importantes do tratado ainda não foram divulgados. Não se sabe, por exemplo, se todos os pontos do plano apresentado pela Casa Branca foram aceitos integralmente ou se houve modificações nas negociações finais.

O presidente Donald Trump deve viajar a Israel nos próximos dias, onde foi convidado para discursar no Parlamento. Segundo a AFP, o acordo será formalmente assinado às 6h (horário de Brasília) desta quinta-feira.
Até o momento, 28 dos 48 reféns que permaneciam sob poder do Hamas já foram confirmados mortos, e seis ou sete corpos ainda estão desaparecidos, de acordo com a imprensa israelense. As buscas seguem com apoio de autoridades internacionais.