A disposição geográfica da cidade de Ourinhos se encarregou de separar as classes sociais... Ourinhense que morasse do lado de cima da linha era taxado "rico", pra baixo da linha ficavam os "pobres, o que não quer dizer que não houvesse ricos na Vila Perino e Barra Funda ou pobres no centro e na Vila Emília.
Como eu morava na parte pobre obviamente me acostumei com a rotina da pobreza, a escassez de tudo!
Nossas mães, com poucos recursos, faziam verdadeiros malabarismos para sobrevivermos, eram solidárias e parceiras, davam aula de economia doméstica, só não tinham luxo... Era um tal de, por cima do muro, emprestar açúcar, pó de café e arroz das vizinhas que era uma grandeza.
E naquele tempo o comércio era na base da caderneta: a compra nos empórios, nos açougues e até nas farmácias.
Sem contar os profissionais do sistema delivery: o padeiro, o verdureiro, o leiteiro e o bucheiro.
Perto das 5 da manhã o padeiro deixava o pão quentinho no parapeito das janelas, logo em seguida os leiteiros e suas garrafas de boca larga... Ah, eles também usavam cadernetas de fiado e só recebiam no final do mês, tanto pelos produtos quanto pela comodidade da prestação dos serviços.

Ninguém roubava nada, é sério!
Antes da hora do almoço passava o verdureiro com a carrocinha parecida com a do padeiro e do leiteiro.
A última carroça do dia era do bucheiro, chegava pelas cinco da tarde, dotadas de um baú de zinco onde levavam miúdos de boi e porco: bucho, fígado, língua, rins, etc... Atrás dela seguia um verdadeiro cortejo de cães e gatos, afinal, o cheiro era convidativo pra eles.
Tudo isso ficou na memória... Lembrança material daquele tempo apenas a ferradura das patas do cavalo, hoje dependurada na porta da sala, para espantar olho gordo!
Como eu morava na parte pobre obviamente me acostumei com a rotina da pobreza, a escassez de tudo!
Nossas mães, com poucos recursos, faziam verdadeiros malabarismos para sobrevivermos, eram solidárias e parceiras, davam aula de economia doméstica, só não tinham luxo... Era um tal de, por cima do muro, emprestar açúcar, pó de café e arroz das vizinhas que era uma grandeza.
E naquele tempo o comércio era na base da caderneta: a compra nos empórios, nos açougues e até nas farmácias.
Sem contar os profissionais do sistema delivery: o padeiro, o verdureiro, o leiteiro e o bucheiro.
Perto das 5 da manhã o padeiro deixava o pão quentinho no parapeito das janelas, logo em seguida os leiteiros e suas garrafas de boca larga... Ah, eles também usavam cadernetas de fiado e só recebiam no final do mês, tanto pelos produtos quanto pela comodidade da prestação dos serviços.

Ninguém roubava nada, é sério!
Antes da hora do almoço passava o verdureiro com a carrocinha parecida com a do padeiro e do leiteiro.
A última carroça do dia era do bucheiro, chegava pelas cinco da tarde, dotadas de um baú de zinco onde levavam miúdos de boi e porco: bucho, fígado, língua, rins, etc... Atrás dela seguia um verdadeiro cortejo de cães e gatos, afinal, o cheiro era convidativo pra eles.
Tudo isso ficou na memória... Lembrança material daquele tempo apenas a ferradura das patas do cavalo, hoje dependurada na porta da sala, para espantar olho gordo!