Minha mãe era diferente das outras mães da nossa rua.
Todas tinham o hábito de fechar as janelas nos dias de chuva... Minha mãe, desde que não estivesse frio ou ventando forte, abria todas as janelas, dizia que era pra refrescar e descontaminar o ar.
Nós aproveitávamos para ficarmos debruçados na janela, vendo e ouvindo a água gotejando do telhado, caindo na calçadinha de tijolos nus, formando mansa enxurrada, cenário perfeito para, dali mesmo, atiramos nossos barquinhos de papel, observando-os descerem desgovernados rua abaixo.
Hoje a ciência prova que Dona Conceição estava certa, a chuva traz um efeito de oxigenação e por isso purifica o ar, portanto, devemos deixar o poderoso “cheiro de chuva” entrar em nossa casa.
Sigam o exemplo de minha mãe, quando chover abram as janelas, deixe o oxigênio fluir, deixe as velhas energias saírem e as novas entrarem com a chuva.
Nós, moleques estabanados e sem noção, esperávamos nossa mãe distrair e, sem constrangimentos, íamos resgatar nossos barquinhos de papel, debaixo de chuva.
Ali mesmo a gente deitava na enxurrada e brincávamos adoidados, até minha mãe aparecer na porta e gritar:
- Vêm já pra dentro, vocês vão ficar doentes!
A gente ia, mesmo sabendo que pelo menos um puxão de orelhas iria sobrar!
Tudo isto hoje me faz falta!
Abram as janelas para a chuva!
Todas tinham o hábito de fechar as janelas nos dias de chuva... Minha mãe, desde que não estivesse frio ou ventando forte, abria todas as janelas, dizia que era pra refrescar e descontaminar o ar.
Nós aproveitávamos para ficarmos debruçados na janela, vendo e ouvindo a água gotejando do telhado, caindo na calçadinha de tijolos nus, formando mansa enxurrada, cenário perfeito para, dali mesmo, atiramos nossos barquinhos de papel, observando-os descerem desgovernados rua abaixo.
Hoje a ciência prova que Dona Conceição estava certa, a chuva traz um efeito de oxigenação e por isso purifica o ar, portanto, devemos deixar o poderoso “cheiro de chuva” entrar em nossa casa.
Sigam o exemplo de minha mãe, quando chover abram as janelas, deixe o oxigênio fluir, deixe as velhas energias saírem e as novas entrarem com a chuva.
Nós, moleques estabanados e sem noção, esperávamos nossa mãe distrair e, sem constrangimentos, íamos resgatar nossos barquinhos de papel, debaixo de chuva.
Ali mesmo a gente deitava na enxurrada e brincávamos adoidados, até minha mãe aparecer na porta e gritar:
- Vêm já pra dentro, vocês vão ficar doentes!
A gente ia, mesmo sabendo que pelo menos um puxão de orelhas iria sobrar!
Tudo isto hoje me faz falta!
Abram as janelas para a chuva!