João Neto: Tempos Dourados

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Parece que, no nosso tempo, a gente curtia mais as datas comemorativas nacionais e os feriados universais... Sabe aquele papo de "dar valor", pois é, a gente dava valor.

A passagem de ano era mais acalorada, baita foguetório, as pessoas se interagindo, sem contar que tudo era embalado pelos "Incríveis":
"Este ano, quero paz no meu coração, quem quiser ter um amigo, que me dê a mão..."
Depois vinha o Carnaval para brincarmos nos salões da cidade: Palmeirinha, Centro Comunitário, CSU, Terríveis e, para os mais abastados, Grêmio e Ourinhense. Vocês não estão entendendo, falo dos bailes de carnaval mais animados de todos os tempos.



Atravessávamos a quaresma, chegava abril e maio - com um monte de feriados, mês das mães e das noivas!
Junho a gente festava nas quermesses, nos salões paroquiais ou na área rural, com direito a quadrilha, quentão e pau-de-sebo.



Julho era o mês das férias, e também do frio, até isto nos alegrava.

No mês do cachorro louco as atividades eram poucas, não para Ourinhos, dia do Padroeiro Senhor Bom Jesus.

Setembro não tinha pra ninguém, Semana da Pátria, desfile cívico, uniformes e fanfarras... O que incomodava era o vento frio de setembro, que gelava até nossa alma na Avenida Altino Arantes. Ah, a primavera era toda nossa.

No mês de outubro tudo era das crianças e de Nossa Senhora Aparecida. "Sou caipira pirapora".

Sinceramente? Até o Dia de Finados era diferente, o cemitério municipal ficava apinhado de gente, tanto para visitar os túmulos dos entes queridos, como para participar do Dia Nacional da Melancia.

Em dezembro chegava o Natal, com suas luzes e vitrines, o nascimento do Menino Jesus.

Ah, tinha o Especial de Fim de Ano com o Roberto Carlos. Naquele tempo era bom.

Assim foram nossos dias, pena que acabou!