Jovens são presos acusados de pornografia infantil e abuso contra menores; um deles é da região

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Quatro jovens foram presos acusados de associação criminosa e de armazenar e divulgar pornografia infantil na internet. Os crimes ganharam grande repercussão após uma matéria apresentada pelo programa Fantástico, da Rede Globo, no último domingo, 25. Os jovens são Gabriel Barreto Vilares, conhecido como "Law", de 22 anos, William Maza dos Santos, conhecido como "Joust", de 20 anos, Carlos Eduardo Custódio do Nascimento, conhecido como "DPE", de 19 anos, e Vitor Hugo Souza Rocha, conhecido como "Verdadeiro Vitor", de 21 anos.

Gabriel Barreto Vilares e William Maza dos Santos foram presos na última sexta-feira, 23 na capital paulista, enquanto Carlos Eduardo Custódio do Nascimento foi detido nesta segunda-feira, 26. Já Vitor Hugo Souza Rocha havia sido preso em 7 de junho em Bauru (SP). O site g1 divulgou um vídeo do interrogatório de Vitor Hugo, onde ele afirmou que cursava faculdade de direito na ITE (Instituição Toledo de Ensino) de Bauru e trabalhava com o desenvolvimento de jogos, recebendo até R$ 7 mil por mês de uma empresa estrangeira.

A investigação revelou que Vitor Hugo Souza Rocha tinha arquivos contendo imagens de meninas menores de 18 anos nuas, e em conversas no aplicativo Discord, chamava as vítimas de "vagabundas estupráveis". O vídeo também mostrou Vitor Hugo mostrando o arquivo a outros rapazes, identificado como "backup vagabundas estupráveis". Segundo a investigação, muitas das vítimas eram obrigadas a tirar fotos e vídeos sem roupa, se mutilarem e algumas foram estupradas pelos membros do grupo.

Os quatro jovens também são acusados de estupro de vulnerável e ameaça contra meninas menores de idade. A investigação apontou que eles se conheciam e faziam parte de um grupo virtual no Discord, onde planejavam os crimes. As garotas eram forçadas a enviar fotos e vídeos íntimos ao grupo, além de se cortarem para marcar as iniciais dos apelidos dos rapazes na pele. Os abusos sexuais e agressões eram filmados e compartilhados pelos criminosos na plataforma.

Além dos crimes relacionados à pornografia infantil, os jovens também são investigados por apologia ao nazismo, racismo e tráfico de drogas. A polícia está apurando se algum deles teve envolvimento no assassinato de um morador de rua.

Vitor Hugo Souza Rocha foi preso em sua casa em Bauru, onde foi encontrado de cueca no quarto. Durante o interrogatório na delegacia, ele se reservou ao direito constitucional de ficar em silêncio e não responder às perguntas dos agentes. Em outro vídeo divulgado, Vitor Hugo chora ao ser questionado sobre ter sido algemado quase sem roupa durante a prisão, alegando não ter oferecido resistência.

No quarto ano de Direito na ITE de Bauru, Vitor disse que trabalha com uma empresa inglesa e recebe até R$7 mil mensais (Foto: Reprodução)

Além das responsabilizações individuais dos agressores, o Ministério Público está investigando o Discord, plataforma onde os crimes foram planejados e divulgados. Em entrevista ao Fantástico, um porta-voz do Discord afirmou que a plataforma "não tolera comportamento odioso”.

A Polícia Federal (PF) também investiga se outros rapazes usaram o Discord para cometer estupros e ameaças contra outras dez garotas menores de idade.