Justiça de Piraju condena sete envolvidos na Operação Cama de Gato; penas somam mais de 260 anos de prisão

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A Justiça da Comarca de Piraju (SP) condenou, na última quarta-feira (1º), cinco homens e duas mulheres investigados na Operação Cama de Gato, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). Os réus foram considerados culpados por organização criminosa, tráfico de drogas, lavagem de capitais e coações, com penas que, juntas, ultrapassam 260 anos de prisão.

Todos tiveram as prisões preventivas mantidas e deverão pagar, de forma solidária, R$ 500 mil em indenização por danos morais coletivos. A sentença também determinou o perdimento de dois veículos de alto padrão e de quase R$ 100 mil apreendidos, além da perda de cargo para três policiais civis envolvidos no esquema.
O vereador teve o mandato cassado. 



Esquema criminoso
Segundo o Ministério Público de São Paulo, os policiais civis da região de Piraju se organizavam para subtrair drogas de traficantes, inclusive ligados a facções criminosas. Eles chegavam a forjar prisões e abordagens, permitindo que traficantes fugissem enquanto ficavam com os entorpecentes.

As investigações revelaram ainda que a quadrilha articulava o envio de drogas para comunidades do Rio de Janeiro, utilizando “laranjas” para movimentar o dinheiro do tráfico. Egressos do sistema prisional também participavam da rede, e um dos envolvidos, habilitado como piloto de helicóptero, chegou a viabilizar o transporte aéreo interestadual de drogas.

Prisões e Operação
A Operação Cama de Gato foi deflagrada em setembro, com apoio da Polícia Civil e da Polícia Militar. Ao todo, foram cumpridos 12 mandados de prisão e 24 de busca e apreensão em cidades como Avaré, Piraju e Chavantes (SP), além de municípios do Paraná.

Na ocasião, foram apreendidos R$ 105 mil em espécie e veículos de luxo. Um dos presos chegou a destruir o celular no momento da prisão para tentar ocultar provas.

Entre os investigados está o vereador Paulo Rogério Cardoso (PL), conhecido como Paulinho Policial, que também é policial civil. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou que instaurou procedimento administrativo contra os agentes presos, que podem ser exonerados da corporação ao fim das apurações.

O caso segue repercutindo na região, pela gravidade dos crimes e pelo envolvimento de autoridades públicas no esquema criminoso.