Justiça nega pedido de liberdade para PM que matou jovem durante show em Marília

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A Justiça de Marília (SP) negou nesta quinta-feira, 5, o pedido da defesa para que o policial militar Moroni Siqueira Rosa, de 37 anos, respondesse em liberdade após atirar e matar Hamilton Olímpio Ribeiro Junior, de 29 anos, durante um show da cantora Lauana Prado. O crime ocorreu no dia 31 de agosto, durante a festa do peão do município. Moroni disparou ao menos seis vezes contra Hamilton, segundo a Polícia Civil.

Hamilton foi socorrido e encaminhado ao Hospital das Clínicas (HC) de Marília, mas não resistiu aos ferimentos. O PM, que estava de folga, foi desarmado pela equipe de segurança do evento e agredido por pessoas que assistiam ao rodeio. Moroni recebeu atendimento médico no Pronto-Atendimento de Marília e foi transferido para o Hospital das Clínicas, mas já teve alta e foi encaminhado ao Presídio Militar Romão Gomes, em São Paulo.

A confusão que levou aos disparos começou com uma briga entre Hamilton e o PM. Além de Hamilton, duas outras pessoas foram atingidas. O publicitário Victor Alves, que foi ferido de raspão no queixo, relatou o momento do incidente à TV TEM. Ele afirmou que, após ver o tumulto, correu para avisar suas amigas e, ao se virar, sentiu o arranhão que começou a sangrar. Victor disse que, devido à barreira do camarote ao lado do palco, não havia como fugir do local. Ele e seus amigos precisaram ir ao hospital por conta própria, já que não receberam assistência imediata no local.


Victor Alves foi uma das vítimas do disparos durante show da Lauana Prado em Marília (SP). — Foto: TV TEM/Reprodução

A cantora Lauana Prado se pronunciou nas redes sociais no dia seguinte ao ocorrido, descrevendo o episódio como "lamentável". Vídeos gravados pelo público mostram o momento em que Moroni aponta a arma e atira contra Hamilton. O tumulto fez com que a artista interrompesse o show, e o público tentasse fugir em desespero.

A defesa do PM, representada pelo advogado Felipe Braga, afirmou que a briga não foi motivada apenas por disputa de espaço. Segundo ele, Hamilton teria tido comportamentos inconvenientes, como derrubar cerveja e esbarrar nas pessoas. Quando Moroni advertiu Hamilton, este teria reagido com um soco. O policial então sacou a arma, se identificou e, segundo a defesa, Hamilton tentou tomar a arma, o que teria levado aos disparos.

O prefeito de Marília, Daniel Alonso, lamentou o incidente em vídeo, prestando condolências à família da vítima e reforçando que a entrada de armas é proibida no evento, exceto para autoridades policiais. A Frente Parlamentar dos Rodeios também emitiu uma nota de repúdio à violência, especialmente por ter sido cometida por um policial.

O caso segue sob investigação, e o PM permanece detido no presídio militar.