Justiça proíbe Leo Lins de sair de SP por mais de 10 dias sem autorização e determina retirada de especial de comédia do YouTube

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O Tribunal de Justiça de São Paulo emitiu uma decisão determinando a retirada do especial de comédia intitulado "Perturbador", do humorista Leo Lins, da plataforma do YouTube. O vídeo, que continha piadas consideradas ofensivas e discriminatórias sobre escravidão, perseguição religiosa, minorias, pessoas idosas e com deficiências, foi alvo de críticas e resultou na intervenção judicial.

A decisão judicial também impôs uma série de medidas restritivas em relação ao comediante. Dentre elas estão a proibição de deixar a cidade de São Paulo por mais de dez dias sem autorização judicial, a proibição de manter, transmitir, publicar, divulgar, distribuir, encaminhar ou realizar download de arquivos de vídeo, imagem ou texto com conteúdo depreciativo ou humilhante relacionado a raça, cor, etnia, religião, cultura, origem, procedência nacional ou regional, orientação sexual ou de gênero, condição de pessoa com deficiência ou idosa, crianças, adolescentes, mulheres ou qualquer categoria considerada minoria ou vulnerável. Além disso, foi determinada a proibição de realizar comentários relacionados às minorias citadas durante suas apresentações.

A juíza responsável pelo caso destacou que o conteúdo do especial de comédia continha comentários odiosos, preconceituosos e discriminatórios contra minorias e grupos vulneráveis, justificando a intervenção judicial.

A medida cautelar foi concedida atendendo a um pedido do Ministério Público de São Paulo. O próprio humorista confirmou a remoção do conteúdo por meio das redes sociais, expressando sua preocupação com o precedente que essa decisão pode abrir para a comédia e a arte em geral.

Léo Lins já esteve envolvido em outras polêmicas no passado. Em 2022, foi condenado a pagar uma indenização por danos morais de R$ 44 mil por ofender a mãe de um jovem autista em uma rede social. No mesmo ano, ele fez uma piada ofensiva sobre uma criança com hidrocefalia, gerando reações negativas nas redes sociais.

Em relação à decisão atual, a defesa do humorista considera as medidas como censura e afirma estar tomando as medidas legais cabíveis junto ao Tribunal de Justiça de São Paulo.

A controvérsia em torno do caso destaca a discussão sobre a liberdade de expressão, os limites do humor e a responsabilidade dos artistas em suas performances.

O show proibido (Perturbador) ainda é possível ser encontrado em alguns canais no Youtube.