A morte dos quatro jovens encontrados em uma BMW no dia 1° de janeiro em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, foi causada por intoxicação provocada por vazamento de monóxido de carbono do veículo.

Técnicos da Polícia Científica confirmaram que o sistema de escapamento da BMW havia sido adulterado, o que provocou o vazamento do gás tóxico para o interior do veículo. O anúncio foi feito em entrevista coletiva concedida hoje (11).

A suspeita inicial sobre envenenamento pela substância tóxica, sem odor, foi confirmada pelos laudos, que indicaram que o gás escapou pelo ar-condicionado do veículo, submetido a pelo menos três customizações.

O delegado Vicente Soares, responsável pela investigação, aponta que os responsáveis pelas alterações no veículo poderão ser indiciados por homicídio culposo. Ele ressaltou a necessidade de ouvir os mecânicos envolvidos nas modificações para conclusão do inquérito.

Antes do fatídico incidente, testemunhas relataram que Tiago de Lima Ribeiro, um dos ocupantes do veículo, mencionou sentir um "engasgo" no carro durante a viagem para Balneário Camboriú. No entanto, decidiram prosseguir para a festa de réveillon na cidade.

Os resultados periciais, baseados em 15 exames realizados nos corpos, no veículo e no local do incidente, confirmaram a presença significativa de monóxido de carbono no sangue das vítimas, além de sinais de asfixia. A perícia excluiu a presença de substâncias ilícitas no veículo e descartou qualquer traço de álcool no sangue do motorista.

Contrariando informações iniciais, a Polícia Civil também esclareceu que não houve nenhuma ligação para o Serviço de Urgência e Emergência (Samu) solicitando socorro horas antes das mortes, conforme afirmado por uma testemunha.

A investigação continua, e o delegado espera esclarecer completamente as circunstâncias do trágico incidente, destacando que o indiciamento por homicídio culposo é uma possibilidade, dependendo do desfecho das apurações.