Médico da UPA de Ourinhos registra boletim de ocorrência por difamação após ser alvo de postagem ofensiva no Facebook

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Um médico de 28 anos, que atua na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ourinhos, procurou a Polícia Civil na noite desta terça-feira, 3 de junho, para registrar um boletim de ocorrência por difamação contra uma paciente que teria feito postagens ofensivas em redes sociais após atendimento realizado na unidade de saúde.

De acordo com o registro policial, o médico atendeu a paciente de 58 anos, na manhã do mesmo dia. Ela apresentava sintomas gripais e, segundo relatado pelo médico, foi medicada com injeção intramuscular na UPA e recebeu prescrição de medicamentos para uso domiciliar. Ainda conforme o relato do médico, a paciente havia sido atendida na UPA no dia anterior e retornou afirmando que não havia sentido melhora. O médico explicou que o tratamento levaria cerca de cinco dias para apresentar efeito e que não houve qualquer tipo de desentendimento ou questionamento por parte da paciente durante a consulta.

Após deixar a unidade, no entanto, a mulher teria feito uma publicação no Facebook com duras críticas ao atendimento do profissional, mencionando seu nome completo e número de registro no CRM, além de usar termos ofensivos como “moleque”, “doutorzinho de merda”, “otário” e outras expressões agressivas. Em trecho da postagem, ela afirma:

“Com certeza vou ter que voltar na UPA de novo e se for ele que for me atender vai dar ruim pra ele.”

Segundo o médico, a postagem teria sido recompartilhada por Edvaldo Lúcio Abel Vadinho, vereador em Ourinhos, que possui mais de 5 mil seguidores na rede social, amplificando a repercussão das ofensas, porém o Passando a Régua verificou o perfil do vereador e a postagem não foi publicada, ele foi apenas "marcado" na publicação. Segundo o médico, o parlamentar não procurou saber os fatos antes de divulgar a postagem, contribuindo para a exposição negativa de sua imagem profissional.

O médico declarou ainda que não houve qualquer tipo de negligência no atendimento e que a paciente não solicitou exames durante a consulta. Diante da situação, ele foi orientado pela Polícia Civil quanto ao prazo de seis meses para possível oferecimento de queixa-crime por difamação, conforme previsto na legislação.

O caso será apurado pelas autoridades, e poderá ter desdobramentos judiciais, tanto na esfera criminal quanto civil. Até o momento, a paciente não se pronunciou publicamente sobre o boletim registrado.