Morre aos 100 anos Jimmy Carter, ex-presidente dos EUA e Prêmio Nobel da Paz

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Jimmy Carter, 39º presidente dos Estados Unidos, morreu neste domingo (29), aos 100 anos, em sua casa em Plains, Geórgia, cidade onde nasceu e passou grande parte de sua vida. A notícia foi confirmada por sua família, que destacou seu legado como um líder dedicado à paz e aos direitos humanos.

"Meu pai foi um herói, não só para mim, mas para todos que acreditam na paz, nos direitos humanos e no amor altruísta", afirmou Chip Carter, um de seus filhos, em comunicado oficial. "O mundo é nossa família pela maneira como ele uniu as pessoas, e agradecemos por honrar sua memória continuando a viver essas crenças compartilhadas."

Carter estava sob cuidados paliativos desde fevereiro de 2023. A causa de sua morte não foi divulgada. Homenagens estão previstas nas cidades de Atlanta, Washington e Plains.

Uma trajetória de impacto global
Jimmy Carter foi presidente dos EUA entre 1977 e 1981, período marcado por uma grave crise econômica e desafios internacionais. Entre suas principais realizações está a mediação dos Acordos de Camp David, em 1978, que selaram a paz entre Israel e Egito. No entanto, sua gestão também enfrentou críticas, especialmente pela crise dos reféns americanos na embaixada dos EUA no Irã, que durou 444 dias.

Após deixar a presidência, Carter dedicou sua vida a causas humanitárias e diplomáticas. Por meio da Fundação Carter, criada em 1982, liderou missões de paz, combateu doenças tropicais negligenciadas e monitorou eleições em mais de 100 países. Em 2002, foi laureado com o Prêmio Nobel da Paz pelo "esforço incansável para encontrar soluções pacíficas para conflitos internacionais, impulsionar a democracia e promover os direitos humanos".

Uma vida de serviço
Nascido em 1º de outubro de 1924, James Earl "Jimmy" Carter Jr. cresceu na pequena cidade rural de Plains, Geórgia. Antes de ingressar na política, serviu como oficial da Marinha dos EUA, especializando-se em tecnologia nuclear. Em 1953, após a morte de seu pai, retornou à sua cidade natal para assumir os negócios da família e se tornou um líder comunitário.

Carter iniciou sua carreira política como senador estadual, ascendendo ao cargo de governador da Geórgia em 1970. Durante seu mandato, promoveu a reforma administrativa e combateu a segregação racial. Em 1976, foi eleito presidente dos EUA com uma plataforma que prometia transparência e honestidade, em meio ao escândalo de Watergate que abalaram a política americana.

Um legado literário e humanitário
Carter foi autor de mais de 20 livros, abordando temas como fé, diplomacia e memórias de sua vida pública. Sua obra mais recente, "Faith: A Journey for All" (Fé: uma jornada para todos), foi publicada em 2018.

Mesmo após deixar o poder, Carter continuou a inspirar gerações por seu compromisso com os valores que defendeu ao longo de sua vida: paz, direitos humanos e democracia. Seu legado como o ex-presidente que mais viveu na história dos EUA será lembrado por sua determinação em fazer do mundo um lugar melhor.