O poeta e filósofo Antonio Cicero, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) desde 2017, faleceu nesta quarta-feira (23) aos 79 anos. Conhecido por suas contribuições à poesia e à música popular brasileira, Cicero enfrentava problemas neurológicos decorrentes do Alzheimer, diagnosticado nos últimos anos. Sua morte ocorreu por meio de um procedimento de morte assistida na Suíça, onde estava acompanhado do companheiro Marcelo. A ABL confirmou as informações.
Antonio Cicero construiu uma carreira brilhante como poeta e letrista. Sua trajetória na música começou quando sua irmã, a cantora e compositora Marina Lima, musicou um de seus poemas. Esse episódio marcou o início de uma longa colaboração entre os dois, que resultou em grandes sucessos. Ao longo dos anos, suas letras foram interpretadas por outros grandes nomes da música brasileira, solidificando sua reputação como um dos maiores letristas do país.
Entre suas canções mais conhecidas estão "Fullgás" e "Pra Começar", em parceria com Marina Lima, "À Francesa", feita com Cláudio Zoli, e "O Último Romântico", escrita com Lulu Santos e Sérgio Souza. Além disso, sua canção "Alma Caiada", gravada por Maria Bethânia em 1976, chegou a ser censurada pela ditadura militar, destacando seu papel como um artista que também desafiou os limites impostos pela repressão.
Antonio Cicero deixa um legado profundo na literatura e na música brasileira, sendo lembrado por suas contribuições artísticas e filosóficas que marcaram gerações.
Leia a carta de Antonio Cicero
Antonio Cicero construiu uma carreira brilhante como poeta e letrista. Sua trajetória na música começou quando sua irmã, a cantora e compositora Marina Lima, musicou um de seus poemas. Esse episódio marcou o início de uma longa colaboração entre os dois, que resultou em grandes sucessos. Ao longo dos anos, suas letras foram interpretadas por outros grandes nomes da música brasileira, solidificando sua reputação como um dos maiores letristas do país.
Entre suas canções mais conhecidas estão "Fullgás" e "Pra Começar", em parceria com Marina Lima, "À Francesa", feita com Cláudio Zoli, e "O Último Romântico", escrita com Lulu Santos e Sérgio Souza. Além disso, sua canção "Alma Caiada", gravada por Maria Bethânia em 1976, chegou a ser censurada pela ditadura militar, destacando seu papel como um artista que também desafiou os limites impostos pela repressão.
Antonio Cicero deixa um legado profundo na literatura e na música brasileira, sendo lembrado por suas contribuições artísticas e filosóficas que marcaram gerações.
Leia a carta de Antonio Cicero
“Queridos amigos,
Encontro-me na Suíça, prestes a praticar eutanásia.
O que ocorre é que minha vida se tornou insuportável. Estou sofrendo de Alzheimer.
Assim, não me lembro sequer de algumas coisas que ocorreram não apenas no passado remoto, mas mesmo de coisas que ocorreram ontem.
Exceto os amigos mais íntimos, como vocês, não mais reconheço muitas pessoas que encontro na rua e com as quais já convivi.
Não consigo mais escrever bons poemas nem bons ensaios de filosofia.
Não consigo me concentrar nem mesmo para ler, que era a coisa de que eu mais gostava no mundo.
Apesar de tudo isso, ainda estou lúcido bastante para reconhecer minha terrível situação.
A convivência com vocês, meus amigos, era uma das coisas – senão a coisa – mais importante da minha vida. Hoje, do jeito em que me encontro, fico até com vergonha de reencontrá-los.
Pois bem, como sou ateu desde a adolescência, tenho consciência de que quem decide se minha vida vale a pena ou não sou eu mesmo.
Espero ter vivido com dignidade e espero morrer com dignidade.
Eu os amo muito e lhes envio muitos beijos e abraços!”





