Na última quinta-feira (9), um acidente envolvendo um ônibus escolar da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) e um trem em Jandaia do Sul, no norte do Paraná, deixou duas estudantes mortas e várias pessoas feridas. Infelizmente, na noite da última sexta-feira (10), a prefeitura confirmou a morte da terceira vítima do acidente, Izabel Aparecida Gimenes, de 55 anos (foto acima), que atuava como coordenadora da cozinha da instituição. Relembre que são as duas primeiras vítimas fatais do acidente – clique aqui.
Izabel foi levada em estado grave para o Hospital da Providência, em Apucarana, onde passou pouco mais de um dia internada, mas não resistiu aos ferimentos. Seu sepultamento aconteceu neste domingo (12).
Atualmente, 15 pessoas continuam internadas em hospitais da região, sendo que dez já receberam alta. O acidente chocou a população local e causou comoção em todo o país. As investigações sobre as causas do acidente seguem em andamento.
Local onde ônibus da Apae foi atingido por trem tem sinalização adequada, afirma ANTT
A prefeitura havia solicitado melhorias na sinalização do cruzamento férreo no local desde o ano passado, incluindo a redução da velocidade dos trens durante a travessia nas referidas passagens, mas a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) afirmou que a sinalização é adequada. Conforme a ANTT, a sinalização horizontal e vertical é suficiente, considerando critérios técnicos do volume de locomotivas que usam o trecho diariamente.
De acordo com a concessionária Rumo, responsável pela linha férrea, a manutenção dos cruzamentos rodoferroviários e a sinalização para motoristas e pedestres é de responsabilidade dos órgãos e entidades executivos rodoviários da União, dos municípios e dos estados. A empresa afirmou que a velocidade dos trens é monitorada remotamente e que a linha férrea é sempre preferencial.
A Polícia Civil abriu inquérito para investigar o acidente. O motorista do ônibus, que conduzia o veículo com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) vencida, alegou que não viu ou ouviu o trem se aproximando.
O prefeito de Jandaia do Sul, Lauro de Souza Silva Junior, afirmou que esta não é a primeira vez que a prefeitura cobra melhorias no local. Ele defende a instalação de cancelas como a melhor alternativa para garantir a segurança no trânsito. A Rumo disse que já respondeu o ofício da prefeitura, esclarecendo que a responsabilidade por prover e manter a solução de interferência em ferrovias é do município.
A ANTT afirmou que aguarda o relatório final com as causas do acidente para avaliar as ações a serem tomadas junto à concessionária, lembrando que em caso de descumprimento de obrigações contratuais em relação às passagens em nível, a concessionária pode ser penalizada. Nos últimos três anos, ocorreram 813 batidas envolvendo trens em toda a malha concedida, segundo o órgão.
