Mulheres de 18 anos poderão se alistar voluntariamente nas Forças Armadas a partir de 2025

Compartilhe:
Pela primeira vez na história, mulheres que completarem 18 anos em 2025 poderão realizar o alistamento militar voluntário. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (11) pelo Ministério da Defesa, marcando um passo pioneiro para a inclusão feminina no Serviço Militar Inicial.

A medida prevê a abertura de cerca de 1,5 mil vagas distribuídas em 28 municípios de 13 estados e no Distrito Federal. Serão 155 vagas na Marinha, 1.010 no Exército e 300 na Aeronáutica. Até agora, o alistamento aos 18 anos era obrigatório apenas para homens, embora o voluntariado fosse permitido.

Critérios e etapas do processo
Para se alistar, as candidatas devem atender aos seguintes requisitos:
  • Residir em um dos municípios incluídos no Plano Geral de Convocação;
  • Completar 18 anos em 2025 (nascidas em 2007).
Os documentos necessários incluem certidão de nascimento, comprovante de residência e documento oficial com foto. O processo de seleção envolverá entrevistas, inspeção de saúde e testes físicos. As mulheres poderão escolher a Força Armada na qual desejam servir, mas a designação final considerará a aptidão e a disponibilidade de vagas.

Após a incorporação, prevista para março ou agosto de 2026, as mulheres ocuparão a graduação de soldado (ou marinheiro-recruta na Marinha) e cumprirão 12 meses de serviço militar, com possibilidade de prorrogação por até oito anos.

Direitos e estrutura
As militares terão os mesmos direitos e deveres que os homens, incluindo remuneração, auxílio-alimentação, licença-maternidade e contagem de tempo para aposentadoria. Segundo o Ministério da Defesa, as instalações militares nos municípios participantes já possuem estrutura para receber mulheres, e serão feitas adequações mínimas, se necessário.

Cidades contempladas
Entre as cidades que terão vagas estão São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Recife (PE), e Manaus (AM). No total, 28 municípios foram selecionados, priorizando locais que já possuem mulheres em suas unidades militares.

Impacto na inclusão feminina
Atualmente, as Forças Armadas contam com 37 mil mulheres, representando cerca de 10% do efetivo total. A iniciativa do alistamento voluntário tem como meta inicial recrutar mulheres para 20% das vagas no Serviço Militar Inicial Feminino.

Segundo o contra-almirante André Gustavo Guimarães, subchefe de Mobilização da Defesa, a medida visa não apenas reforçar a força de trabalho, mas também proporcionar uma experiência transformadora para as jovens alistadas.

“Vai trazer às mulheres essa possibilidade de compor a força de trabalho, eu diria até de qualificar ainda mais a força de trabalho que ingressa voluntariamente às Forças [...] implica em uma transformação social, uma transformação do caráter da cidadã", afirmou Guimarães.

Perspectivas futuras
Com essa iniciativa, as Forças Armadas ampliam o caminho para a inclusão de mulheres em um ambiente historicamente masculino. A expectativa é de que o alistamento voluntário abra novas oportunidades e fortaleça a presença feminina nas áreas de defesa e combate, além de funções já tradicionais como saúde, ensino e logística.