Nikolas Ferreira tem conta no Twitter suspensa após citar auditoria das eleições

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O deputado federal eleito com mais votos no país, Nikolas Ferreira (PL-MG) teve sua conta no Twitter suspensa por decisão judicial na noite desta sexta-feira, 4. Ao longo do dia, o deputado eleito publicou diversas informações sobre suspeitas em relação à apuração de votos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições do último domingo, 30.

Nikolas compartilhou um print do Twitter comunicando a suspensão da conta.

"Nós estamos aqui para lhe informar que a sua conta no Twitter é objeto de ordem judicial que determinou a sua suspensão integral, no âmbito da Petição Cível, em trâmite no Tribunal Superior Eleitoral. Nós não podemos fornecer informações adicionais sobre o processo, nem dar conselho legal, mas você pode entrar em contato com um advogado para esse fim", informou a rede social.

Nikolas, que foi um dos maiores apoiadores de Bolsonaro nas eleições, informou na noite desta sexta-feira, 4, que já solicitou para o seu advogado ter acesso aos autos do processo e criticou a Corte Eleitoral.

Basicamente, você não precisa gostar de mim para defender a liberdade de outras pessoas. Eu basicamente, simplesmente, transcrevi o que o argentino disse no Twitter e, provavelmente, foi por isso que derrubaram a minha conta com quase 2 milhões de seguidores. Basicamente, hoje você não pode perguntar, você não pode questionar e as pessoas não estão entendendo o quão perigoso é isso. Um tribunal que decide aquilo que você pode ou não falar na rede social.

Nikolas, assim como outros aliados do presidente Jair Bolsonaro, usaram uma live feita por um argentino, que, de acordo com site de esquerda, seria amigo do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), em que ele faz acusações sobre a totalização de votos no Brasil.

Fernando Cerimedo afirma na transmissão que somente o modelo 2020 das urnas eletrônicas seriam auditáveis e teriam sido submetidas a teste. Ele afirma ainda que os modelos antigos registrariam mais votos para Lula (PT) do que para Bolsonaro.

A transmissão do jornal argentino foi assistida por mais de 415 mil pessoas e depois foi retirada do ar no YouTube. O conteúdo coloca em cheque os resultados das eleições, que deu a vitória ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

De acordo com o site O Globo, as informações apresentadas no vídeo do argentino são falsas, pois no relatório em que enviou 80 questionamentos sobre a apuração ao TSE, o Ministério da Defesa havia solicitado que as urnas novas, modelo 2020, também fossem submetidas a teste, como já havia ocorrido com os modelos antigos anteriormente. Essa solicitação foi aceita pelo tribunal, e as urnas foram testadas. Os aparelhos dos modelos mais antigos, utilizados inclusive na eleição de 2018, já haviam passado pelo Teste Público de Segurança (TPS) anteriormente.