Palmeirenses que emboscaram cruzeirenses vão responder por homicídio, incêndio, quadrilha e agressão; eles são procurados

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A Polícia Civil de São Paulo está analisando imagens que mostram o ataque de torcedores do Palmeiras contra cruzeirenses na manhã de domingo, 27, na Rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, Grande São Paulo. A emboscada deixou um torcedor do Cruzeiro morto e outros 17 feridos, incluindo 12 em estado grave. Os responsáveis pelo ato podem responder por homicídio, incêndio, associação criminosa e lesão corporal. A vítima se chama José Victor Miranda de 30 anos, quase o mesmo nome do motociclista de 26 anos que também faleceu ontem (27) em Ourinhos, que é João Victor Miranda.


José Victor Miranda, torcedor do Cruzeiro morto em São Paulo — Foto: Facebook/ Reprodução

O ataque ocorreu por volta das 5h20, quando dois ônibus que transportavam torcedores do Cruzeiro, voltando de uma partida contra o Atlético Paranaense em Curitiba, foram surpreendidos por um grupo de palmeirenses que retornavam de São Paulo após o jogo contra o Fortaleza. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), cerca de 150 torcedores se enfrentaram, com os agressores usando pedaços de madeira e fogo para atacar. Um dos ônibus foi incendiado, resultando na morte de José Victor Miranda, de 30 anos, torcedor da Máfia Azul. Parentes de José afirmaram que ele estava no interior do veículo quando o fogo começou, sofrendo queimaduras fatais. A confirmação oficial da causa da morte depende do laudo necroscópico, ainda pendente.


Ônibus pega foto na Rodovia Fernão Dias durante briga de torcidas — Foto: Reprodução/Redes sociais

As investigações apontam para uma possível retaliação de torcedores do Palmeiras contra a torcida organizada Máfia Azul. Em setembro de 2022, um confronto entre as duas facções na cidade mineira de Carmópolis de Minas deixou quatro baleados e outros feridos, em um episódio amplamente divulgado nas redes sociais. Os policiais de Mairiporã ainda não identificaram suspeitos e buscam estabelecer a motivação exata do ataque.

O caso mobilizou várias forças de segurança e foi acompanhado pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP), que prometeu atuar junto à Polícia Civil para responsabilizar os envolvidos. O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) também anunciou uma investigação sobre a atuação de torcidas que se comportam como facções criminosas.


Torcedores feridos são atendidos — Foto: Reprodução/Redes sociais

As reações foram contundentes. Em nota, o Cruzeiro lamentou a perda e os ferimentos de seus torcedores, enquanto o Palmeiras repudiou a violência e reforçou seu compromisso com a punição dos responsáveis. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, usou as redes sociais para expressar seu repúdio ao episódio, prometendo ações rigorosas contra os agressores. "Vamos investigar, identificar e punir severamente os responsáveis por esse crime", afirmou.

A Arteris Fernão Dias, concessionária que administra o trecho, informou que precisou interditar a rodovia entre 5h14 e 6h30 para garantir a segurança. Equipes do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar auxiliaram no atendimento aos feridos, 14 dos quais foram levados ao Hospital Anjo Gabriel, em Mairiporã, enquanto outros três foram encaminhados para um hospital em Franco da Rocha.

Este episódio reforça a necessidade de medidas rigorosas contra a violência em eventos esportivos, que, em vez de celebrarem a paixão pelo futebol, têm se tornado palco de crimes que afetam torcedores e comunidades inteiras.