Policial civil morre após ser baleado por PM da Rota em operação na zona sul de São Paulo

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O policial civil Rafael Moura da Silva, de 38 anos, morreu nesta quarta-feira, 16 de julho, após ter sido baleado durante uma operação policial na Favela do Fogaréu, região do Campo Limpo, zona sul de São Paulo. O tiro foi disparado por um sargento da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), tropa de elite da Polícia Militar. As informações são do Estadão.

Rafael era agente do Corpo Especial de Repressão ao Crime Organizado (Cerco), vinculado à 3.ª Delegacia Seccional. Ele foi atingido por um disparo no abdômen na tarde da última sexta-feira, 11, durante uma ação para verificar uma denúncia de tráfico de drogas na comunidade.

Segundo a versão apresentada por integrantes da Polícia Civil, a equipe de Rafael entrou na favela por um lado, sem saber que havia uma operação simultânea da Rota sendo realizada por outro acesso. Eles alegam que se identificaram como policiais civis, mas mesmo assim foram alvejados. O disparo que atingiu Rafael teria partido de um sargento da Rota.

Relatos de colegas apontam que uma viatura descaracterizada, mas com as cores da Polícia Civil, teria inclusive cruzado com policiais militares pouco antes da troca de tiros, e os agentes teriam se cumprimentado.

Já a Polícia Militar sustenta a tese de legítima defesa putativa — quando alguém atira por acreditar, mesmo que de forma equivocada, estar sob risco iminente. O coronel Emerson Massera, porta-voz da PM, afirmou que as imagens das câmeras analisadas são compatíveis com a versão do sargento autor do disparo, que permanecerá na corporação, embora esteja afastado de operações e receba acompanhamento psicológico.
Em nota oficial, a Polícia Militar lamentou a morte do agente civil.

“Neste momento de dor, a Polícia Militar se solidariza com os familiares, amigos e colegas de farda do policial civil Rafael Moura da Silva, externando votos de força e conforto para todos os que sofrem com esta perda irreparável.”

O caso foi registrado inicialmente como tentativa de homicídio no 37.º Distrito Policial, no Campo Limpo, mas com a morte de Rafael, a ocorrência foi reclassificada como homicídio consumado. A Secretaria da Segurança Pública (SSP-SP) informou que a tipificação poderá ser alterada conforme o andamento das investigações, que buscam esclarecer se houve falha de comunicação entre as equipes e se os militares atiraram sem identificar corretamente o alvo.

A tragédia reacende o debate sobre a necessidade de maior integração entre as forças de segurança em operações conjuntas para evitar situações de confronto entre agentes do próprio Estado.