Praça dos Três Poderes é isolada após decisão de Alexandre de Moraes que proibiu acampamentos

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A Praça dos Três Poderes, em Brasília, amanheceu neste sábado, 26 de julho, completamente cercada por grades, após uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que ordenou a retirada de deputados federais bolsonaristas que acampavam no local. O grupo protestava contra as medidas impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica.

A retirada dos parlamentares ocorreu ainda na noite de sexta-feira (25), e foi acompanhada de um forte esquema de segurança. A determinação do ministro Moraes também incluiu a proibição de qualquer tipo de acampamento num raio de 1 km da Praça dos Três Poderes, Esplanada dos Ministérios e áreas próximas aos quartéis militares. A medida visa evitar novos episódios como os ataques de 8 de janeiro de 2023, quando prédios públicos foram invadidos e depredados por manifestantes golpistas.

“Para garantir a segurança pública e evitar novos eventos criminosos semelhantes aos atos golpistas ocorridos em 8/1/2023, determino a proibição de qualquer acampamento em um raio de 1 km da Praça dos Três Poderes, Esplanada dos Ministérios e, obviamente, em frente aos quartéis das Forças Armadas”, afirmou Moraes em sua decisão.

Mesmo com o fechamento do local, pequenos grupos de apoiadores do ex-presidente se concentraram nas imediações, pedindo apoio para novos atos. Entre eles, Jordana Ferreira, presidente do PL Mulher em Goiânia, apelou a outros “patriotas” para “ocupar” o espaço. A advogada Taniéli Telles, de Jaraguá do Sul (SC), que representa acusados do 8 de janeiro, criticou a ação, afirmando que o fechamento da praça “é prova de que não existe mais democracia”.

Durante a manhã, turistas que passavam pela região expressaram frustração por não poderem acessar a praça. Um grupo de motoqueiros também compareceu ao local e protestou em frente ao STF contra a atuação de Moraes nas investigações sobre os atos golpistas.

Os deputados federais Helio Lopes (PL-RJ) e Coronel Chrisóstomo (PL-RO), que lideravam o acampamento, deixaram a área ainda de madrugada, após negociação com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que foi pessoalmente ao local para dialogar com os parlamentares.

O cerco à Praça ocorre em meio à expectativa do julgamento de Jair Bolsonaro e outros acusados por suposto planejamento de um golpe de Estado. A previsão é que o julgamento aconteça no início de setembro, o que deve provocar o reforço da segurança em toda a região central de Brasília.