Prefeito de Jacarezinho critica suspensão de partos na Santa Casa da cidade: “Um retrocesso inaceitável”

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Após 95 anos de história como maternidade, a Santa Casa de Misericórdia de Jacarezinho (PR) suspendeu, nesta segunda-feira, 19, os atendimentos obstétricos pelo SUS. A medida gerou forte reação do prefeito Marcelo Palhares, que gravou um vídeo em frente à instituição e manifestou publicamente sua indignação, classificando a decisão como “arbitrária” e um “retrocesso inaceitável”.

A suspensão dos partos marca o fim de uma era no município, que via na Santa Casa um ponto de referência para nascimentos e atendimentos ginecológicos. No vídeo divulgado nas redes sociais, Palhares afirmou que a Prefeitura tem se empenhado para manter a instituição funcionando, inclusive com o aumento da subvenção mensal de R$ 300 mil para R$ 500 mil, totalizando aproximadamente R$ 5 milhões em repasses apenas em 2024.
“É inconcebível que uma decisão como essa seja tomada sem diálogo, sem consultar a população ou o poder público, principalmente diante de todo o apoio financeiro que temos oferecido”, disse o prefeito.
Em nota oficial também publicada nesta segunda-feira, a Santa Casa justificou a interrupção dos serviços de Ginecologia e Obstetrícia via SUS por “insuficiência de recursos financeiros e de mão de obra especializada”. A instituição informou ainda que as gestantes do município serão encaminhadas ao Hospital Regional de Santo Antônio da Platina, referência na rede Materno-Infantil do Norte Pioneiro.



No comunicado, a direção da Santa Casa reafirma “o compromisso com a transparência e o respeito à população”, agradecendo ao médico Dr. Sérgio Eduardo Emygdio de Faria pelos serviços prestados à instituição.

Apesar da justificativa da Santa Casa, a decisão gerou grande repercussão na cidade e levantou preocupações quanto ao acesso das gestantes aos serviços de saúde. “Não podemos aceitar que, depois de quase um século de serviços prestados, as mulheres de Jacarezinho tenham que sair do município para dar à luz”, afirmou Palhares.

A suspensão dos partos na Santa Casa de Jacarezinho expõe não apenas a crise enfrentada pelas instituições filantrópicas de saúde, mas também a urgência de soluções articuladas entre o poder público e as entidades gestoras para garantir o atendimento essencial à população.