Tiago Ciro Tadeu Faria, condenado a mais de 50 anos de prisão por sua participação em assaltos a bancos no estado de São Paulo, incluindo em Ourinhos (SP), em maio de 2020, foi transferido da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, conhecida por sua segurança máxima, para uma unidade do Sistema Prisional Federal.
Tiago, também conhecido como o "Gianecchini do crime", ganhou notoriedade em 2012, quando invadiu a apuração do carnaval e rasgou as notas dos jurados. Na época, ele era representante da escola de samba Império de Casa Verde.
A transferência ocorreu no feriado de Corpus Christi, em 7 de junho, e foi confirmada pela Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) nesta terça-feira (13). A cidade para onde Tiago foi levado e o motivo específico da transferência não foram divulgados pela SAP. No entanto, as unidades prisionais federais geralmente abrigam presos de alta periculosidade e lideranças do crime organizado, quando há questões de segurança envolvidas.
Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, o Sistema Penitenciário Federal tem como finalidade combater o crime organizado, isolando líderes criminosos e detentos considerados altamente perigosos. O Brasil atualmente possui cinco unidades prisionais federais localizadas em Catanduvas, Campo Grande, Porto Velho, Mossoró e Brasília.
Oito anos após o incidente no carnaval de São Paulo, Tiago foi preso em setembro de 2020. Ele foi capturado pela Polícia Civil em uma operação contra uma quadrilha responsável por ataques a bancos no interior de São Paulo. Em junho do mesmo ano, cerca de 200 quilos de explosivos foram apreendidos em um endereço ligado a Tiago, localizado no bairro da Casa Verde, na Zona Norte de São Paulo.
Segundo as investigações, Tiago participou de ataques com explosivos a agências do Banco do Brasil em Botucatu e Ourinhos, cidades do interior de São Paulo, em maio e julho de 2020. Ele também foi apontado como autor de um ataque a uma agência no Rio Grande do Norte em 2017 e da explosão de uma agência da Caixa Econômica Federal em Bauru em 2018.
Em 2021, Tiago Tadeu Faria foi condenado pela Justiça Federal pelo assalto à agência da Caixa Econômica Federal em Bauru ocorrido em setembro de 2018. Na sentença, a juíza Maria Catarina Souza Martins Fazzio considerou as provas materiais, incluindo exames de DNA que comprovaram a presença de Tiago no local do crime. A defesa do réu negou sua participação e alegou que o material genético foi obtido por meio de extorsão praticada por policiais civis.
Em fevereiro de 2022, Tiago e outros três réus foram condenados a penas superiores a 50 anos de prisão pela Justiça de Botucatu.