Sétimo caso de cura provável do HIV anunciado por cientistas alemães

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Nesta quinta-feira, 18, cientistas alemães anunciaram o sétimo caso de cura provável do HIV. O paciente, um homem de 60 anos, passou por um transplante de medula óssea para tratar uma leucemia, recebendo células de um doador com uma mutação genética que o tornava resistente ao vírus. Embora o procedimento não seja viável para ampla aplicação devido aos riscos e à escassez de doadores, a novidade traz esperanças para novos tratamentos.

Detalhes do Procedimento
A mutação genética, conhecida como CCR5?32/?32, impede a produção da proteína CCR5, um receptor nas células T CD4 do sistema imunológico, que o HIV usa para infectar células. Nos casos anteriores, os pacientes receberam medula óssea de doadores com duas cópias dessa mutação, tornando-os "praticamente imunes" ao HIV. No novo caso, o doador tinha apenas uma cópia da mutação, mais comum na população.

Importância do Novo Caso
Apesar de possuir apenas uma cópia da mutação, o novo paciente também alcançou a eliminação do HIV. Segundo Sharon Lewin, presidente da Sociedade Internacional de AIDS, isso é promissor para futuras terapias genéticas, indicando que não é necessário eliminar completamente o CCR5 para alcançar a remissão. Cientistas como Christian Gaebler acreditam que a rápida substituição do sistema imunológico do paciente, em menos de 30 dias, pode ter sido crucial para eliminar o vírus.

Potenciais Futuras Terapias
Pesquisadores estão explorando o uso da técnica CRISPR para remover o gene que produz o CCR5, visando desenvolver terapias genéticas que possam erradicar o HIV. A descoberta de que células imunes transplantadas podem eliminar todas as células infectadas pelo HIV sugere novas direções para tratamentos, incluindo terapias imunológicas baseadas em células ou vacinas terapêuticas.

Histórico do Paciente
O "novo paciente de Berlim", diagnosticado com HIV em 2009 e com leucemia mieloide aguda em 2015, recebeu o transplante de medula óssea e interrompeu o tratamento antirretroviral no final de 2018. Quase seis anos depois, o vírus não foi detectado, indicando uma cura completa. Os pesquisadores apresentarão o caso na 25ª conferência internacional de AIDS em Munique, no próximo dia 25.

Conclusão
O caso do "novo paciente de Berlim" representa um avanço significativo na busca pela cura do HIV. A possibilidade de utilizar células imunes transplantadas para eliminar o vírus de todos os seus esconderijos oferece novas esperanças para o desenvolvimento de tratamentos inovadores e mais acessíveis para as pessoas vivendo com HIV.