SUS oferecerá implante contraceptivo hormonal a partir do segundo semestre, diz Padilha

Implanon está na rede particular por preços que variam de R$ 2 mil a R$ 4 mil; governo vai distribuir 1,8 milhão de dispositivos.
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A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) aprovou na quarta-feira a inclusão do implante contraceptivo subdérmico, o Implanon, na rede pública. Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a previsão é que o método esteja disponível no SUS a partir do segundo semestre deste ano.

O contraceptivo será destinado a mulheres em idade fértil, ou seja, até 49 anos. Hoje, o SUS conta com o Implanon para mulheres com HIV/AIDS, privadas de liberdade, trabalhadoras do sexo e em tratamento de tuberculose em uso de aminoglicosídeos, uma classe de antibióticos.

“Agora vamos orientar as equipes, fazer a compra e orientar as Unidades Básicas para já no segundo semestre deste ano começar a utilizar no SUS”, afirmou Padilha.

O ministério estima distribuir, até 2026, 1,8 milhão de dispositivos, sendo 500 mil ainda neste ano, em um investimento de R$ 245 milhões. Na rede particular, o Implanon custa entre R$ 2 mil e R$ 4 mil.

A incorporação será oficializada em portaria publicada pelo Ministério da Saúde nos próximos dias. Após isso, a pasta terá 180 dias para efetivar a oferta, o que envolve etapas como a atualização de diretrizes clínicas, aquisição e distribuição do contraceptivo e capacitação dos profissionais.

O implante é um pequeno bastão de plástico, com 4 cm de comprimento e 2 mm de diâmetro, inserido sob a pele do braço. Ele contém 68 mg de etonogestrel, liberado continuamente na corrente sanguínea. A substância impede a liberação do óvulo e altera a secreção do colo do útero, dificultando a entrada dos espermatozoides.

Entenda
O implante subdérmico Implanon é um método contraceptivo de longa duração e alta eficácia. Ele atua no organismo por até três anos, sem necessidade de intervenções durante esse período. Após o prazo, o implante deve ser retirado e, se houver interesse, um novo implante pode ser inserido imediatamente.

A inserção e a retirada do dispositivo devem ser realizadas por médicos e enfermeiros qualificados. Por esse motivo, segundo o ministério, a ampliação da oferta será acompanhada de estratégias de formação teórica e prática desses profissionais. Ainda de acordo com a pasta, a fertilidade é retomada rapidamente após a remoção.

Entre os contraceptivos oferecidos pelo SUS, apenas o DIU de cobre é classificado como Larc — sigla em inglês para contraceptivos reversíveis de longa duração. O método é considerado mais eficaz no planejamento reprodutivo por não depender do uso contínuo ou correto por parte da usuária, como ocorre com anticoncepcionais orais ou injetáveis.

“Os Larc são reversíveis e seguros”, destacou a pasta.
Confira, a seguir, os métodos contraceptivos disponíveis no SUS:
  • preservativos externo e interno;
  • DIU de cobre;
  • anticoncepcional oral combinado;
  • pílula oral de progestagênio;
  • injetáveis hormonais mensal e trimestral;
  • laqueadura tubária bilateral;
  • vasectomia.
A pasta alertou que, entre todos contraceptivos disponíveis na rede pública, apenas os preservativos oferecem proteção contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).