Suspeito de explosões na Praça dos Três Poderes publicou ameaças nas redes antes do ataque

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Nesta quarta-feira, 13, Francisco Wanderley Luiz, suspeito de realizar explosões na Praça dos Três Poderes, fez uma série de postagens nas redes sociais horas antes do ataque, antecipando o ato. Em um perfil no Facebook sob o nome de “Tiü França”, Luiz, de 45 anos e ex-candidato a vereador pelo Partido Liberal (PL) em Rio do Sul, Santa Catarina, divulgou cerca de 30 mensagens com tom de ameaça e menções políticas.


Imagem de Tiü França em campanha para vereador de Rio do Sul (SC) em 2020. Foto: Reprodução

Entre as publicações, Luiz expressou declarações extremistas, afirmando estar disposto a "entregar sua vida" pela liberdade e acusando figuras políticas, incluindo ex-presidentes José Sarney, Geraldo Alckmin e Fernando Henrique Cardoso, de conluio. “Polícia Federal, vocês têm 72 horas para desarmar a bomba que está na casa dos comunistas”, escreveu. Em outras mensagens, ele mencionou uma “revolução” que teria início na tarde do dia 13 de novembro. “Após este grande acontecimento, vocês poderão comemorar a verdadeira proclamação da República”, escreveu Luiz, que ainda fez críticas diretas ao Supremo Tribunal Federal (STF), ao presidente Lula e aos líderes do Congresso.

Luiz, que no passado atuou como empresário no setor de eventos, esteve na Câmara dos Deputados e visitou o gabinete do deputado Jorge Goetten (Republicanos-SC) em 2023. Segundo Goetten, que conhecia Luiz de encontros na juventude em festas no interior de Santa Catarina, o suspeito estava “visivelmente alterado” desde o ano passado. Goetten declarou que Luiz “sempre foi ativo e equilibrado”, mas que a situação mudou após a separação conjugal. “Lamento muito o ocorrido, lamento a morte e o que ele causou”, afirmou o deputado, que também destacou que Luiz não aparentava estar “alterado” quando se candidatou a vereador em 2020.

Em agosto deste ano, Luiz visitou o STF e tirou uma selfie no plenário, ironizando a segurança do local em suas redes sociais. A Polícia Federal e as autoridades de segurança investigam os motivos do ataque, enquanto a comunidade política e o público aguardam esclarecimentos sobre o episódio e o estado mental do suspeito.