Tarcísio defende anistia ampla, critica Moraes e se aproxima de Bolsonaro em ato na Paulista

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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), defendeu neste domingo (7) a aprovação de uma anistia “ampla e irrestrita” durante manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo. Em seu discurso, pediu ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), que coloque o projeto em votação.

Tarcísio fez duras críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), em especial ao ministro Alexandre de Moraes, afirmando que “ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes” e rejeitando a “ditadura de um poder sobre o outro”. Segundo o governador, “trazer a anistia para a pauta é trazer a Justiça, é resgatar o país”.

Durante o ato, o chefe do Executivo paulista também criticou o julgamento contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), classificado como “maculado”, e questionou a validade da delação do tenente-coronel Mauro Cid, apontando-a como “mentirosa”. Ele ainda mencionou falas do ministro André Mendonça sobre a necessidade de autocontenção do Judiciário e equilíbrio entre os poderes.

Cotado nos bastidores como possível substituto de Bolsonaro nas eleições de 2026, Tarcísio afirmou que o candidato seguirá sendo o ex-presidente, mesmo inelegível. “Essa festa aqui não está completa, porque Jair Messias Bolsonaro não está aqui conosco”, disse, em tom de solidariedade. O governador também questionou se é possível celebrar a Independência “sem liberdade” e defendeu mais firmeza na defesa da democracia no Congresso.

A ausência de Tarcísio em uma manifestação anterior, justificada por um procedimento médico, havia gerado críticas entre bolsonaristas. Neste domingo, ele assumiu protagonismo nas articulações em Brasília em defesa da pauta, recebendo apoio de parlamentares, como o deputado federal Marco Feliciano (PL), que encerrou seu discurso pedindo o impeachment de Moraes e dirigindo-se ao governador: “Tarcísio, para cima e avante”.

Antes do evento, Tarcísio se reuniu com Michelle Bolsonaro (PL). Aliados nos bastidores consideram a possibilidade de uma chapa presidencial em 2026 formada pelo governador e pela ex-primeira-dama como vice, destacando seu apelo junto ao eleitorado evangélico e sua representatividade feminina.