Três homens são presos por supostamente forjar furto de mais de 60 armas e 30 mil munições em loja na região de Rio Preto

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O dono de uma loja de armas de fogo, o irmão dele e um terceiro suspeito foram presos em flagrante nesta sexta-feira, 18, em Auriflama (SP), região de São José do Rio Preto, acusados de forjar o furto de 63 armas de fogo e mais de 30 mil munições do estabelecimento, localizado na avenida João Rodrigues Fernandes. O caso é investigado pela Polícia Civil, com apoio de uma equipe de Araçatuba.

De acordo com a versão inicialmente apresentada pelo comerciante, ele não acessava a sala do cofre desde terça-feira e foi alertado por um vizinho sobre tijolos caídos no depósito do imóvel. Ao verificar, encontrou um buraco na parede dos fundos da sala do cofre e constatou o desaparecimento de pistolas, revólveres, uma carabina e 30.960 munições – sendo 28.040 de calibre permitido e 2.920 de calibre restrito.

O dono da loja alegou que todas as armas "furtadas" já estavam vendidas, mas ainda aguardavam retirada pelos compradores, mediante apresentação da documentação regular.

Contradições e indícios
A Polícia Militar isolou o local e acionou a Polícia Civil, que realizou perícia e iniciou a apuração. O que chamou a atenção dos investigadores foi o fato de que o proprietário havia retirado previamente todas as armas registradas em seu nome, evitando prejuízo. Além disso, armas de alto valor, como fuzis, não foram levadas na suposta ação criminosa.

Durante a checagem do material, a polícia descobriu que uma das armas dadas como furtadas constava como apreendida em um boletim de ocorrência de fevereiro deste ano, em Franca (SP). Questionado, o comerciante admitiu saber da recuperação do armamento desde terça-feira, mas não soube explicar o motivo de tê-la incluído na lista de itens roubados.

Envolvimento do irmão
As investigações avançaram após a análise de imagens de câmeras de segurança nas imediações. Na madrugada de quarta-feira (16), um homem foi flagrado entrando na loja pelo portão lateral e saindo com uma caixa. O proprietário reconheceu o indivíduo como sendo seu irmão, que é dependente químico.

O homem foi localizado e, embora não portasse material ilícito, confessou informalmente o furto. Ele relatou ter usado uma cópia da chave do cadeado para entrar na loja, e, com ferramentas simples como chave de fenda e serra, arrombou a parede e teve acesso ao cofre. Segundo sua versão, as armas foram vendidas com o intermédio do próprio irmão, dono da loja.

Na casa dele, a polícia apreendeu uma pistola Taurus calibre .380, municiada com 18 projéteis intactos, além de dois carregadores. O investigado ainda revelou ter repassado outras duas armas a um amigo para revenda. O terceiro envolvido foi localizado, mas negou participação. Nada de ilícito foi encontrado em sua residência.

Na casa do proprietário da loja, por sua vez, os policiais encontraram todas as armas de uso pessoal devidamente regularizadas.

Prisões e acusações
Os três suspeitos foram levados à delegacia e tiveram a prisão em flagrante decretada pelo delegado responsável. O caso foi registrado com múltiplas qualificações: comércio ilegal de arma de fogo, apropriação indébita, comunicação falsa de crime, associação criminosa e posse ilegal de arma de fogo, no caso do irmão que mantinha a pistola em casa.

A Polícia Civil instaurou inquérito e agora trabalha para localizar as armas que teriam sido desviadas e constam como "furtadas".