Trump anuncia que Coca-Cola passará a usar açúcar de cana nos EUA após pressão por mudanças na fórmula

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira, 17, que a Coca-Cola concordou em substituir o xarope de milho por açúcar de cana na composição de suas bebidas vendidas nos EUA. A declaração foi feita na rede Truth Social, plataforma onde Trump costuma divulgar suas iniciativas e opiniões.

Segundo o presidente, a mudança vem após conversas com a empresa e atende a preocupações levantadas por Robert F. Kennedy Jr., atual secretário de Saúde do governo Trump, sobre os impactos do xarope de milho na saúde da população. “Tenho conversado com a Coca-Cola sobre o uso de açúcar de cana de verdade na Coca nos Estados Unidos, e eles concordaram em fazer isso”, escreveu Trump. “Será uma boa iniciativa deles — vocês vão ver. É simplesmente melhor!”

A Coca-Cola, no entanto, não confirmou de forma explícita a mudança na fórmula. Em nota, um porta-voz da empresa respondeu apenas que “agradecia o entusiasmo do presidente Trump” e prometeu que “mais detalhes sobre novas ofertas inovadoras em nossa linha de produtos Coca-Cola serão compartilhados em breve”.

Nos Estados Unidos, a Coca-Cola é tradicionalmente adoçada com xarope de milho com alto teor de frutose, um ingrediente mais barato, mas frequentemente criticado por seus potenciais malefícios à saúde. Já em países como México, Brasil, Reino Unido e Austrália, a empresa costuma usar açúcar de cana.

A possível mudança nos ingredientes pode causar impactos econômicos. A Associação de Refinadores de Milho se posicionou contra a medida, alertando que a substituição do xarope de milho pode custar milhares de empregos, reduzir a renda de agricultores americanos e aumentar a dependência do país por importações de açúcar estrangeiro, “sem nenhum benefício nutricional comprovado”.

Robert F. Kennedy Jr., por sua vez, vem liderando o movimento Make America Healthy Again (“Torne a América saudável novamente”) e tem defendido a remoção de ingredientes como xarope de milho, óleos de sementes e corantes artificiais dos alimentos e bebidas industrializadas. Segundo fontes próximas, ele também planeja atualizar em breve as diretrizes alimentares nacionais.

Apesar das críticas ao consumo excessivo de açúcar, o próprio Trump é conhecido por sua preferência por refrigerantes. Durante seu mandato anterior, chegou a instalar um botão exclusivo na mesa do Salão Oval para solicitar Diet Coke, que utiliza o adoçante artificial aspartame.

O debate em torno da composição da Coca-Cola acontece num momento de maior atenção à qualidade dos alimentos e bebidas nos EUA, e pode representar tanto um avanço na saúde pública quanto um desafio para os setores agrícolas e industriais do país.